terça-feira, 1 de outubro de 2013

Artesanato

Meu armário foi entregue no final de agosto, mas levou um tempo para conseguir que o montador viesse juntar todas as peças. E foi um processo interessante acompanhar o homem montar meu armário, pedaço por pedaço. Não era bem um artesanato, mas senti no homem um orgulho de fazer seu trabalho bem feito. Com o tempo ele havia desenvolvido seu método, suas ferramentas. Tudo tinha um ímã para poder grudar os pregos e parafusos e porcas que ele usava a cada etapa do trabalho. Ele preparou metodicamente cada peça e depois juntou as peças nos seus devidos lugares e quando eu vi, tinha um armário em vez de caixas fechadas, encostadas na parede. A humanidade passou tanto tempo fazendo coisas com as próprias mãos que acho que sobrevive na gente uma certa nostalgia por ter um trabalho em que a gente mete a mão na massa. Quando eu fazia diagramação na Intercorp, adorava quando chegava a época de fazer o Internews, a newsletter da empresa porque significava ficar enfurnada numa sala durante três dias para fazer a arte final. Era um trabalho detalhista e eu adorava porque significava montar algo com as mãos. Sinto falta desse trabalho até hoje. Era o mais perto de um artesanato que eu chegava.

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