sábado, 3 de janeiro de 2015

Depois do Natal

Dezembro e é óbvio que o Natal já chegou. Se não bastassem todos os prédios cheios de luzes e lojas decoradas, tem uma puta árvore iluminada no meio da Lagoa. Se isso não te diz que é Natal, nada vai dizer. Há muitos anos que não me animo para o Natal. Tudo bem. Eu tenho outras coisas que tomaram o lugar do Natal em importância afetiva. A ceia é legal, os presentes são legais e tudo isso pode ser facilmente substituído. O mais importante encontra-se em outro lugar.
O mais importante para mim agora é poder escrever, terminar o segundo romance de vez e começar a pensar em sua publicação. Tenho todos os meu outros projetos literários que estão parados porque não tenho tido muito tempo para correr atrás deles. Porque a verdade é que nada importa mais para mim do que poder escrever.

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O ano novo já começou. Eu não entro muito nesse lance de ano novo, avaliação do que passou, promessas pro ano vindouro. Para começar porque para mim o marco divisório natural é meu aniversário. E também porque não há vez em que todo e qualquer plano entre por água abaixo por causa de algum imprevisto. Essa semana meu imprevisto foi o meu pai parar num hospital com uma infecção. Foram só alguns dias, ele já está bem de novo, mas lá se foi tudo o que pretendia fazer no feriado de Ano Novo. Daí eu sei que tentar ter planos de longo prazo é inútil. Sempre acontece alguma coisa. Até comprei uma agenda na minha milésima tentativa de ser organizada. Se eu continuar usando a agenda além de janeiro já vai ser uma vitória. A única coisa com certeza que eu sei é que vou para a FLIP este ano e que trabalharei no Festival do Rio. E, com alguma sorte, vou publicar meu primeiro romance. E estou tentando fechar o segundo, de preferência no primeiro semestre para poder me inscrever em alguns concursos literários. Mas isso vai depender de muita coisa. Também quero retomar o blog. Não sei se tenho algo a dizer que interesse às pessoas, mas podemos tentar.

domingo, 28 de setembro de 2014

O que é que eu estou fazendo aqui?

Tem sempre uma hora em todo festival em que você questiona o que está fazendo naquela cadeira, apertando um botãozinho por dez horas, ocasionalmente mais. Parece uma ocupação um tanto absurda e primitiva. Numa era em que todo mundo pode se comunicar instantaneamente através de smartphones, condensar bibliotecas inteiras em e-readers e se conectar com a internet sem um único fio, porque é que a gente não pode achar um meio mais eficiente de passar legendas num filme? É simples. Se algo der errado, você pode se adaptar às circunstâncias. E tem uma adrenalina e um suspense em não saber o que vem por aí, se o filme está batendo com a legenda, Tem um lance de montanha russa. Dá-se a partida e você segue junto com o filme, uma hora acertando o fluxo do filme, outras horas perdendo a sintonia e em seguida conseguindo retomar o ritmo. E quando a tradução está super redonda, você mal precisa pensar, o dedo vai batendo as legendas praticamente no instinto, sem efetivamente focar no texto, mas no ritmo das falas.E quando você não tem legendas em inglês queimadas na cópia para te ajudar, o desafio é maior, mas é legal sentir que você consegue dar conta. Quando não pude fazer o Festival em 2012 por causa do emprego, foi horrível ver a troca de e-mails contando das peripécias dos lançadores. Espero poder tacar legendas por muito tempo ainda. Está ficando fisicamente mais desgastante, você acaba o dia de 10, 12 horas de trabalho mais moída do que antes. Talvez chegue o dia em que eu pare de perseguir o recorde e só faça duas ou três sessões por dia como fazia na Mostra de São Paulo (como sinto saudade da Mostra). Mas por enquanto, vamos continuar apertando um botãozinho no escuro.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Preparando para a guerra

O período entre o leilão de sessões e o momento em que você senta a bunda na poltrona do cinema para a sua primeira sessão é sempre um momento de fazer preparativos de guerra. Basicamente vou desaparecer dentro de uma sala de cinema e só sair duas semanas depois. Então há sempre uma correria de última hora para abastecer a geladeira de comida pronta, comprar muita ração para os cães, não esquecer de comprar papel higiênico e Omo. Porque vou usar cada peça de roupa que tenho no armário, mesmo aquelas camisas que tem furos ou faltam um botão porque chega uma hora em que eu me toco que não tive tempo para lavar roupa e tudo o mais está suado e amassado na cesta de roupa suja. E aí os vizinhos querem te matar porque você está centrifugando roupa às três da manhã. E rapidamente descobri na casa nova que não existe isso de entrar em casa discretamente às altas horas porque o raio do cachorro do andar de baixo late até para baratas passando lá fora na vila. Geralmente é o momento para tosar o cabelo porque você vê que está muito cabeluda e não quer pensar em como vai se pentear pelas próximas duas semanas. Você vê se tem pilhas para a lanterna (afinal de contas, você está trabalhando num cinema escuro), se o guarda-chuva está na mochila, se não esqueceu de buscar seu crachá (que felizmente não tem uma foto horrenda, ao contrário do crachá da Mostra de São Paulo) e que o pen drive está contigo. Você compra biscoitos de cachorro para dar como uma pobre compensação para os seus peludos que vão ficar largados em casa o dia todo. Você chega, cai dura na cama, acorda cedo, trabalha furiosamente para fechar sei lá o que e sai voando para mais uma sessão e vai ser isso até o fim do festival. Os coitados ficam meio carentes.
Isso sem falar que você está voando baixo para fechar os filmes que está traduzindo e se toca que pegou filmes demais de novo para o tempo que tem. Mas compromisso é compromisso e você vira noites para entregar o trabalho.
E por último, geralmente na véspera, preencho um caderninho com as sessões de cada dia, horários, cinema, duração. É uma maneira de guardar onde vou estar a cada dia. E sempre anoto o dia da semana porque inevitavelmente você perde a noção do tempo quando sua vida vira uma sala de cinema, um laptop e apertar um botão.
A guerra vai começar. Temos de chegar vivos do outro lado.

domingo, 21 de setembro de 2014

E foi dada a partida

Neste sábado tivemos o tradicional leilão de sessões do Festival do Rio em um local e horário nada tradicionais. Dessa vez nós, legendistas intrépidos, nos reunimos num terraço em Botafogo cedido pela Bruna, a dublê de legendas mais constante de todos os festivais. E por esse motivo tivemos o prazer da companhia de seus lindos cães, Bruno e Pink. (É claro que eles queriam comer nossos salgadinhos, mas vamos relevar esse fato.) Para mim, eles são os novos mascotes do Fest-Rio. Tivemos que levantar acampamento na correria quando começou a chover, mas foi uma oportunidade para descobrir quantos lançadores podem caber em um quarto com cadeiras e laptops.É um bom número, acredite. E ainda couberam os cachorros. Conseguimos até terminar o leilão todo em menos tempo do que o previsto, o que foi ótimo. Não consegui quebrar o meu recorde, mas quem sabe no ano que vem.
Também já começou a metralhadora de e-mails. Até terminar o festival, todo mundo vai ficar de olho na caixa de entrada 24 horas por dia. O que eu mais gosto são aquelas trocas de e-mails de madrugada. É três da manhã e todo mundo responde a uma dúvida de tradução porque está todo mundo acordado, virando a noite para terminar os filmes. É a confraria dos insones. São só duas semanas, mas vale a pena pela adrenalina. 

sábado, 24 de maio de 2014

Fifty-fifty

Vou fazer 50 anos dentro de dois meses. Isso para mim é um pouco surreal. Não porque eu esteja tendo um treco por enfim chegar aos 50. Na prática, na minha cabeça, minha idade sempre foi uma coisa meio abstrata. Fora o fato de eu não ter mais o corpo escultural que tinha antigamente, minha cabeça ainda me diz que tenho uns 30 anos. Embora desconfie que me comporto mais como quem tem 14 volta e meia.
Eu entendo que as pessoas têm medo da morte. Eu também tenho. E enfrentei uma morte na família no início do ano. Mas eu tenho mais medo da doença e de ficar debilitada a ponto de precisar dos outros. Também já vi o que isso causa. 
Chegar aos 40 me fez perceber que eu tinha adquirido alguma maturidade, o que no meu caso é quase um milagre. Ainda estou avaliando o que chegar aos 50 significa. Mas acho que tem a ver com uma certa tranquilidade. Não se precipitar tanto, não tomar decisões impulsivas, não entrar em pânico com a mesma facilidade de antes. E, afinal, acho que estou adquirindo coragem para me jogar sem ter uma rede de segurança.
Nunca fui uma pessoa ousada, sempre quis ter certeza do próximo passo que estava dando. Minha mãe diz que eu não era a filha que dava trabalho, meus irmãos sim. Eu era bem comportada, fazia o que tinha de fazer, segui a cartilha direitinho de fazer faculdade, arrumar emprego, conseguir me sustentar. Nunca fui de me arriscar como meus irmãos.
Mas em um ano tomei duas decisões arriscadas. Mudei de apartamento sem ter certeza se podia pagar o aluguel que estavam me pedindo e deixei a Lersch para voltar a ser freela. Morri de medo nas duas vezes, mas segui em frente. Isso tem a ver com chegar aos 50? Ou tem mais a ver com uma insatisfação com a forma como minha vida vinha se desenrolando? Não faço ideia, mas tudo bem, estou tranquila.

domingo, 11 de maio de 2014

Um grande luxo

Sou freelancer de novo há apenas uma semana e já estou de novo naquele ritmo maluco de trabalho, com um trabalho entrando atrás do outro. Não sabia o quanto sentia falta disso. Na sexta, me dei um grande luxo, saí para almoçar e fazer compras no meio do dia. Foi uma delícia. Para quem só conseguia tempo para fazer as coisas de noite, sair no meio do dia tem um gosto inevitável de liberdade. Comecei minha vida de freela em maio de 1994. Voltar a trabalhar num escritório foi difícil para mim. Não pelo trabalho em si ou pelas pessoas com quem trabalhei, mas por me sentir presa. Foram dois anos difíceis e quando usei minhas férias ano passado para trabalhar no Fest-Rio, senti esse gostinho de ser freela por um mês de novo. E foi difícil voltar ao trabalho. Difícil ter de enfrentar um metrô lotado todo dia. Ter um horário rígido. Foi um pouco que nem voltar para a casa da mamãe depois de ser independente por tanto tempo. Aprendi muito e realmente não teria aprendido tudo aquilo se não tivesse a experiência desses dois anos, mas meu temperamento há muito tempo não cabe mais em um emprego fixo. Tendo trabalho entrando constantemente, estou perfeitamente feliz em ficar em casa, de short e camiseta, descalça, com um cachorro roncando atrás da minha cadeira. Era tudo o que eu queria.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Clark Kent tirou o paletó

É, Clark Kent tirou o paletó, voltou a calçar havaianas. Eu aprendi muito na Lersch e foi uma época com muitas lições, mas apareceu uma chance para eu voltar a trabalhar em casa e decidi aceitá-la. Estava sentindo muita falta da minha liberdade. E a verdade é que fica muito difícil fazer trabalhos avulsos de qualidade quando você chega morta em casa. E depois que me mudei para Benfica, ter de enfrentar o metrô todo dia era sinceramente um teste de paciência e resistência. Não sei como as pessoas conseguem enfrentar esse esquema de sardinha ano após ano. Eu mal consegui aguentar isso por um ano. 
Tudo bem, vou voltar para a incerteza de ser freelancer, mas vou ter minha liberdade de volta. Precisava ter minha liberdade de novo. Mesmo. Depois eu conto mais.

domingo, 24 de novembro de 2013

Reformas e puxadinhos

Aos poucos as coisas vão entrando nos lugares. Esta semana abri a última caixa de livros. Não esvaziei todas, mas as prateleiras estão começando a ficar com a cara que eu quero. A estante da sala está quase toda preenchida e as estantes do quarto já estão com várias coleções de livros já instaladas. Está indo devagarinho e estou curtindo o processo. Seria mais fácil se eu simplesmente organizasse os livros alfabeticamente por autor, mas essa organização surgiu organicamente à medida que minha biblioteca cresceu de umas poucas dezenas de livros para sei lá quantos tenho agora e foi ficando. Podia simplificar as coisas, mas desconfio que não seria tão divertido se fosse simples. Para muitas coisas sou muito desorganizada, mas em outras sou extremamente rigorosa. É assim para todo mundo? Minha mochila é mais bem dividida que muito bat-cinto de utilidades. E minha mesa tem todo tipo de coisa acumulada de notas fiscais de coisas que comprei a inúmeros fios e fones de ouvido e timers para controlar o tempo do que estou cozinhando, embalagens de remédio para gripe, panos para tirar o pó dos livros antes de colocá-los nas estantes. 
O que é legal é que é o meu apartamento que vai ficar com minha cara porque vou arrumá-lo para ficar do jeito que eu quero. Acho que não fico tão feliz assim com um novo apartamento desde que saí da casa da minha mãe. Não é surpresa para mim que as pessoas busquem tanto ter um canto só seu, mesmo que seja um barraco no lado de um morro. Os americanos falam em renovation, a gente tem o puxadinho. Adoro essa coisa de sempre querer esticar a casa um pouco mais para o lado, botar mais um terraço, uma varanda, sei lá.
Agora eu moro em uma vila que antigamente era feita de pequenas casinhas de um só andar. Digo antigamente porque atualmente sobrou apenas uma casa nessa configuração original. Todas as outras casas foram reformadas, ganharam mais dois ou três andares. Cada um dos donos refez a casa ao seu modo. E dá para ver que o interior de várias dessas casas ficou lindíssimo. Alguns ainda estão fazendo isso. Você chega do trabalho e tem uma pilha de areia e tijolos no meio do caminho. Ou como vi esta noite, um fogão velho largado do lado de fora da casa porque tinha obviamente sido substituído por um novo. Senti pena do fogão velho, largado na chuva. Tadinho.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Fim de férias

Acabaram as minhas férias. Peninha. Eu tinha alguns planos para essas férias. Trabalhar no Festival do Rio foi um deles. Terminar de arrumar minha casa foi outro. Mas esse ficou pelo caminho. Terminado o Festival, me deu uma preguiça enorme. Olhei as caixas todas, estava quente, eu só queria passar uns dias sem fazer nada, o que é verdadeiramente uma ocorrência muito rara na minha vida. Não fazer nada. Nada. E é a melhora coisa do mundo não fazer nada. Pena que dure tão pouco e o dia passe tão rápido.
Tive um dia de repescagem no Moreira Salles, onde aproveitei para almoçar no café deles. Minha ideia era tirar fotos da casa, mas justamente nesse dia choveu durante a quarta-feira inteira. Pena, mas pelo menos posso voltar um outro dia. Ano que vem vou poder marcar minhas férias para me deixar mais tempo livre depois de terminar o festival. E aí, quem sabe, eu possa até viajar para São Paulo. Sinto falta da Pauliceia Desvairada e de poder me desvairar nela.
As férias também me permitiram voltar a sentir o que era ser freelancer e confesso que continuo a sentir falta disso apesar de não querer abrir mão de um salário fixo. Claro que quero voltar a ter a liberdade de antes, de poder estar na rua no meio da semana se tivesse vontade, de poder tirar um cochilo no meio do dia se tiver sono. Preciso arrumar mais trabalho, preciso voltar a sair em campo, buscar mais freelas. Estou às voltas com o Mix Brasil, mas queria fazer mais filmes, mais programas de TV. Sinto falta desse tipo de tradução. Passar um mês inteiro voltada para isso me fez ver o quanto gosto de traduzir para cinema e TV. Vamos correr atrás e ver no que vai dar.
Em tempo: essa semana, no trabalho, vi que um cliente que visitei antes das férias pediu por mim especificamente para traduzir um texto porque eles gostaram da minha tradução. Isso fez bem ao meu ego meio maltratado.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Fest-Riot is over

Acabou o Fest-Rio e esse ano a coisa foi bem pauleira. Teve um pouco de tudo. Manifestantes tentando invadir o Odeon, houve os avistamentos do famoso mijão, sexo dentro da sala de cinema, a venda dos assentos ocupados pela legendagem, os questionamentos existenciais nos emails da lista de email da legendagem. Mas depois que o festival passou praticamente em branco para mim ano passado, o cansaço, as 4 horas de sono por noite, a correria para terminar filmes trabalhando no laptop entre as sessões, tudo isso compensou pela felicidade de estar envolvida de novo no meio da zona, dos chopes, chegar em casa às 3 da manhã, ver pessoas queridas de novo.
Aliás, houve um certo choque quando cheguei para o leilão no domingo antes do festival. Eu não conhecia muitas das pessoas ali presentes no velho Unibanco 3. Está havendo uma mudança da guarda. Gente nova entrando, gente das antigas indo fazer outras coisas. Francamente não gosto disso. Eu gostava do grupo que a gente tinha. Era um bom grupo. Divertido. Sacana. Mais rápido no gatilho para sacanear qualquer coisa que surgisse na lista de e-mails.Claro que há uma certa diversão em assustar os novatos, ou carne fresca como gosto de chamá-los, mas sinto falta daquela camaradagem já estabelecida. Você não tem que ficar explicando certas coisas. O lado bom é poder contar as mesmas velhas histórias pela vigésima quinta vez.
Com ou sem gente nova, uma das melhores coisas do festival e a lista de emails da legendagem. Ela foi estabelecida para ajudar na comunicação entre os tradutores que trabalham na legendagem e, nos últimos anos, o pessoal começou a enviar emails jocosos  a tradição se mantém até hoje. Em geral você sabe que o festival está chegando quando você manda um email para tentar resolver uma dúvida de tradução às 2 da manhã e recebe várias respostas imediatas. Ou seja, está todo mundo virando a noite para fechar os filmes que vão passar na primeira semana do festival. E ninguém perdoa nada. Um erro de digitação que transformou "deu branco" em "deus branco" transformou-se em mais uma tradição da legendagem, com tradutores invocando a proteção do deus branco antes de enfrentar filmes difíceis de lançar, tipo russo ou tailandês sem legenda em inglês na cópia. Esse ano foi o ano dos questionamentos existenciais. Um tradutor fez umas perguntas em resposta a um email sobre um filme e pareciam ser perguntas de brincadeira. O que é blindagem? O que é proteção? Não eram, mas todo mundo entrou no esquema. Se alguém mandasse um email sobre sei lá, levar casacos para um determinado cinema por conta do ar condicionado, inevitavelmente alguém perguntava, "O que é ar condicionado?" Outro perguntava "O que é casaco?" E foi assim durante três semanas. Você abria seu programa de email e tinha quarenta, cinquenta emails para ler. Isso todo santo dia. E de repente para tudo e você se sente meio órfã porque aquela comunidade sumiu. E então se inicia a contagem regressiva até o ano que vem. Hoje vou pendurar meu crachá junto com meus outros crachás de festivais passados e torcer que no ano que vem eu consiga quebrar o meu recorde de lançamentos. Esse ano, infelizmente, não deu.