domingo, 5 de junho de 2011

Não apagamos nada

Tem uma coisa curiosa que acontece toda vez que sento para escrever o romance em progresso. Parece que tudo que quis esquecer sobre 1989 começa a baixar e volta com uma clareza incomum. O personagem em 1989 tem muito a ver comigo em certos aspectos. Exagero outros tantos, pego coisas de pessoas que conheci, invento detalhes, jogo no liquidificador como sempre faço. Mas a lembrança de quem eu era nessa época está muito presente enquanto eu escrevo. É verdade, não apagamos nada. Fica tudo guardado na cachola até a hora certa.

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