sábado, 31 de agosto de 2013

Minha Vida de Sardinha

Eu passei anos indo para o trabalho de ônibus. Não era muito ruim. Eu sentava, abria um livro e saltava no ponto perto do trabalho. Agora que me mudei para Benfica, passei do ônibus para o metrô. E Deus me livre, como o metrô piorou desde que eu ia para Vila Isabel todo dia no meu primeiro emprego, recém saída da PUC. Os vagões vêm atochados de gente e entrar exige muita força física. E aí você vem encaixada contra as pessoas, mantida em pé pela simples pressão de outras pessoas contra o seu corpo. E se entrar é complicado, muitas vezes você não sabe como vai conseguir sair. Eu achava o ônibus ruim, mas eu podia esperar até passar um ônibus no qual fosse possível entrar e sentar. Não é surpresa para mim que quando o trem enguiça as pessoas fiquem revoltadas e comecem a quebrar tudo se é isso o que elas têm de enfrentar todo dia. Estou vendo que vou ter de chegar no metrô mais cedo e sair mais tarde, porque, do contrário, é insuportável. Cada vez mais eu entendo as pessoas quererem ter um carro para fugir disso. Essa vida de sardinha é terrível.

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