sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Das vantagens de ser The Flash

Normalmente não sou uma pessoa saudosista. Não vejo o passado como uma época dourada, maravilhosa. Ainda mais, porque, em muitos sentidos, não foi. Tive muitos altos e baixos. Mas eu sinto falta da época em que eu podia passar horas sentada na minha cama na casa da minha mãe e escrever, escrever, escrever. Eu tinha uma ideia atrás da outra e escrevia um conto atrás do outro. Nada que preste, infelizmente, ou eu já teria um livro de contos, mas as ideias pareciam brotar, uma atrás da outra. A mesma coisa acontece agora, tenho uma ideia atrás da outra, mas como o que escrevo agora são romances e só romances, que demoram um certo tempo para serem escritos, eu inevitavelmente tenho de ficar segurando as ideias que pipocam dentro da minha cabeça até ter tempo para botar todas elas no papel. Daí meu sonho de consumo agora é poder ter tempo, poder escrever todo dia, o tempo todo, poder fechar textos em muito menos tempo, quem sabe até publicá-los. Quando o Cristovão Tezza disse numa entrevista que escreveu o último livro dele em dois anos, morri de inveja. O romance atual já está no segundo ano e prevejo que vou levar mais um ano para fechar a coisa toda. Isso se as pessoas pra quem eu mostrar o texto não me disserem que preciso mudar meio romance e aí isso provavelmente vai exigir mais meio ano de trabalho. Então meu segundo desejo de consumo é virar The Flash, assim posso trabalhar muito mais rápido e escrever romances em três dias em vez de três anos. Talvez numa outra vida.

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