sábado, 25 de dezembro de 2010

Estar em casa

Enquanto eu falava com uma amiga minha que mora fora do Brasil ao telefone, ficava mudando de canal e dei de cara com uma reprise de "A Noviça Rebelde". Esse é um filme que me acompanhou durante toda a vida. De certo modo, ele era quase que uma representação de uma identidade austríaca que eu por um tempo tentei reclamar (o que fazia algum sentido já que eu nasci em Viena, Áustria), mas que acabou ficando de lado depois que fui morar em Nova York e acabei por me identificar de vez com aquela cultura. Eu voltei aos Estados Unidos pela primeira vez desde que parti de Nova York em 1977 no início dos anos 90 e tive a nítida sensação de estar voltando para casa. Essa é uma sensação que nunca tive voltando ao Brasil das viagens que fiz nos anos 80 para visitar meu pai em seus vários postos diplomáticos. Tendo feito todo o meu primeiro grau em escolas americanas, essa é uma cultura que eu entendo, reconheço. Às vezes até melhor que a brasileira. Acho que essa sensação de ser meio estrangeira sempre me será útil quando eu escrever.

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