domingo, 20 de dezembro de 2009

Sagrado

Meus sábados são sagrados. Mesmo. Não abro mão deles. Passo toda a semana trabalhando. Enquanto eu tiver uma tarefa na minha frente, eu trabalho. Escrever é uma das poucas coisas que eu faço para mim. A disciplina que preciso para escrever exige isso ou eu não chegaria a lugar algum. Meu tempo é muito pouco, precioso. Nisso eu preciso ser egoísta. Sei que posso irritar as pessoas que conheço por causa disso, já deixei outras coçando a cabeça de porque nunca quero fazer nada no sábado.
A verdade é que eu não abro para todo mundo o que eu faço aos sábados. E como este blog não tem uma foto do meu rosto (e nem nunca terá), quem não me conhece vai ficar chutando quem eu sou. Parte do barato dos sábados é ver os olhares curiosos que atraio na livraria, sentada na mesa, cercada por livros e cadernos, a pergunta estampada no rosto. O que essa mulher tanto faz aí? O bom é que já não sou a única. Ocasionalmente vejo outras pessoas sentadas, escrevendo. Não sei se fiz escola ou se há outras pessoas que resolveram sair do armário depois que me viram assumir o meu lado Super-Homem ou se elas sentariam ali escrevendo mesmo sem o meu exemplo.
Há coisas que fazemos por nós mesmos e sem as quais não podemos passar. Preciso da escrita para minha sanidade, minha felicidade. E não vou abrir mão disso.

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