sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Conjunto da obra

Quando faço uma pilha do que escrevi nesse tempo todo, parece que não é muita coisa. Claro que estou excluindo tudo que escrevi antes dos 25 anos porque, sinceramente, é tudo uma droga. São todas as tentativas e erros desde que eu tinha 15 anos e fazem parte do meu aprendizado. Mas depois disso, tendo começado a trabalhar e sem a disciplina que só vim a adquirir depois, produzi muito pouco porque meu tempo era muito escasso e eu não sabia contornar isso. E daquilo que produzi, muito pouco prestava. Passei séculos tentando escrever um romance e uma novela que nunca chegaram a dar certo.
Eu poderia lamentar todo esse tempo perdido, mas aos poucos passei a entender que o tempo também entrava na escrita dos meus textos, que aquilo que você experimenta influencia sua visão do conto, do romance e de como você escreve. Quando minha avó morreu em 2006, eu finalmente entendi várias coisas sobre a natureza do pesar que nunca antes teriam me ocorrido. E isso entrou na revisão final do meu primeiro romance, nas cenas que eu acrescentei. O que escrevo agora tem influências de tudo o que passei nesses últimos anos, tudo o que li, e sempre será assim. Minha disciplina agora garante que eu escreva a cada oportunidade que se apresenta e acho que nos últimos 10 anos escrevi muito mais do que nos 20 anos anteriores. E, mais importante de tudo, com muito mais qualidade, consciência, controle. Com alguma sorte, vai continuar sendo assim.

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