domingo, 6 de março de 2011

Capitão Planeta na folia

Voltando para casa hoje depois de um dia produtivo na livraria, me senti meio alienígena no meio dos foliões que sobraram dos blocos que passaram pelo bairro. De blazer e toda de preto ainda por cima. Vi gente vestida de tudo quanto é jeito, inclusive um sujeito com uma roupa de Capitão Planeta, a cara pintada de azul. Os vendedores da Travessa também mantêm uma tradição de se fantasiarem no carnaval. E algumas fantasias fazem sucesso e ficam passando de mão em mão. Ontem foi um chapéu de pirata que vi em vários vendedores. Hoje foi uma peruca black power com flores brancas que passou de mão em mão com uma frequência que demonstrava claramente sua popularidade. Quase no fim do expediente, com a livraria quase vazia, até um dos seguranças botou a peruca e fez uma imitação razoável de Toni Tornado. Quem não está acostumado ao esquema da Travessa deve achar estranho. É uma das poucas coisas que ainda me divertem no carnaval.
De todo modo, independentemente da zona que está nas ruas, os últimos dois dias foram imensamente produtivos. Terminei de digitar todos os textos e comecei a reler o romance. Cheguei quase na metade do texto e, ainda por cima, escrevi um pedaço do romance que se passa em um só dia cuja ideia eu tive outro dia. É incrível como o texto veio fácil, praticamente sem esforço. Comigo é sempre a mesma coisa. Quanto mais eu escrevo, mais eu quero escrever. Uma ideia puxa outra e mais outra e eu fico doida para registrar tudo isso. No sábado eu escrevi mais um pedaço do próximo romance. Como acho meio inevitável botar o romance atual na gaveta por um tempo, vou trabalhar nele enquanto isso. Como ele se baseia em algo que escrevi há vários anos, uma parte da história já está desenhada, a que se passa em 2009. A que se passa em 1989 nem tanto. Não quero que essa parte de 1989 seja apenas um flashback. Quero que seja uma história com começo, meio e fim, mas ao mesmo tempo tem que se encaixar com o que acontece em 2009. Como eu vou fazer isso? Não faço ideia. Desconfio que 1989 vai se desenhar melhor quando eu fechar o desenho de 2009. Amanhã tenho mais um dia na livraria. Quero ver se consigo chegar mais cedo amanhã. Com mais horas de trabalho eu posso terminar a primeira leitura do romance.

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