Criatividade é uma coisa que nunca falta aos audazes tacadores de legendas do Rio de Janeiro. Não contentes em bolar camisetas, eles também são poetas. E hoje, depois que um lançador novato expressou certa apreensão sobre lançar um filme num idioma exótico sem legendas em inglês na cópia, nossa experiente Monica Pedreira (mais conhecida por Monica OnTheRocks) compôs um lindo poema sobre as aventuras de ser lançador. Em tempo, Catarina é a gata que mora no Estação Botafogo e é a xodó de toda a equipe.
OS FUNDILHOS DO LANÇADOR
AFLITO
Onde fica meu
patuá
O fiofó que aqui
gorjeia
não gorjeia como
lá
Nossas salas têm mais
ácaros
Nossos ares, uns
horrores
Mas só lá bem nos
fundilhos
Só eu sei dos meus
temores
Meu trabalho tem
sabores
Que tais, não encontro
cá
Em cismar, na cabine à
noite,
Catarina encontro
lá
Não fale senão eu
mordo
E apronto um
mafuá
Não permita Deus (branco,
roxo, cor de rosa) que eu morra
Sem que eu mande para
lá
O infeliz de
encomenda
Que me fez perder
legenda
Mando eu e Catarina
O filho de
canguçu
O que perguntou da
latrina
Tomar suco de
tangerina
Afinal, os fiofós que aqui
gorgeiam
não gorgeiam como
lá
(Da série “Senta no
Formigueiro Depois me Conta”)
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