A FLIP é um pouco como um sonho. Uma vez que você acorde da viagem de quatro horas na rodoviária no Rio, a coisa toda meio que evapora. Você meio que tenta se agarrar ao que houve com as reportagens, os ingressos, as fotos. Vou passar os próximos dias separando esse material e olha que eu trouxe muita coisa de volta. Acho que nunca trouxe tanta coisa de volta de uma FLIP. Talvez fosse significativo que hoje de tarde, pouco antes de minha última mesa (com Hanif Kureishi e Gary Shteyngart, uma delícia), a maré tenha subido tanto que estava cortando o caminho para a tenda da Livraria da Vila e a Tenda do Telão. A FLIP estava terminando, submergindo. Logo ali ao lado da tenda da livraria (e tenda não é uma boa descrição para aquela livraria enorme praticamente do mesmo tamanho do primeiro andar da Travessa de Ipanema), nosso amigo de outras FLIPs, o imitador do Jack Sparrow estava sobre um pedestal, encantando os passantes com suas poses e solicitando uma contribuição para o rum. As pessoas faziam fila para tirar fotos com ele. Com a maquiagem (ele estava coberto com aquela pintura de estátua viva), não deu para saber se era o mesmo cara que andou vestido de pirata pela cidade, fazendo cara de mau, mas sem nenhuma pose fora a de representar um pirata, completo com barba, espada e várias pistolas metidas no cinto. Eu o vi várias vezes ao dia, exceto no domingo.
Não sei o quanto estarei inteira na manhã de segunda. Normalmente, é quando tudo começa a doer. Meus cães pelo menos estão aliviados que a mamãe voltou.
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