Existe um estado que só me ocorre em Paraty. Minha cabeça, que está sempre agitada, nervosa, pensando em várias coisas, começa a serenar e me pego olhando para o nada por longos minutos de cada vez sem pensar em coisa alguma. É o que chamo de zen FLIP. E enfim consigo relaxar e viver esses quatro dias como se fossem oito, dez, mais.
E a cidade lotou. Eu não tinha reparado isso quando saí da minha mesa das 15h com os estudiosos de Shakespeare, uma delícia. Mas assim que saí da mesa do Jonathan Franzen e cheguei na Rua do Comércio após atravessar a ponte, ficou claro. Dobrou o número de pessoas na cidade. E, claro, não se consegue andar direito. O engarrafamento de gente é um saco, mas o que me deixa maluca são as pessoas que param no meio do caminho para cumprimentar amigos ou forma-se aquele grupo grande que fica no meio da rua simplesmente conversando. Dá vontade de pegar toda essa gente de porrada. Ontem eu rosnei para um pessoal e eles saíram da frente rapidinho. Nove da noite, a rua já estreitada por conta da apresentação de um desses artistas de rua e essas meninas param no meio do fluxo para se cumprimentarem e conversarem. Eu falei bem alto, "Não para!" e na hora elas andaram para um ponto aberto mais adiante na rua para conversarem e o fluxo de gente voltou a andar.
Daqui a pouco vou para o exílio ver Ian McEwan. É, porque ver as mesas na Tenda do Telão é como ir para o exílio. Mas para ver Jonathan Franzen e McEwan, não teve choro, nem vela. Não tinha ingresso e pronto para a Tenda dos Autores. Depois eu conto mais.
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