sábado, 23 de outubro de 2010

Entre Sampa e Manhattan

Saio do Belas Artes após minhas sessões e dou de cara com uma noite de sexta nublada, fria, a Paulista cheia de gente jovem rumando para alguma balada. Adoro a sensação de liberdade que me dá ao andar pela Paulista a cata de algum lugar onde eu possa jantar rapidamente pois tenho uma última sessão às 22h no Arteplex. Estar desligada do resto da minha vida, toda a bagagem, solta, faz com que eu me sinta leve. E isso que eu quero sentir quando eu viajo. E São Paulo tem essa coisa intensamente urbana que não encontro no Rio e de que sinto falta. Sempre digo que odeio mato. Cidade pequena, sítio, esquece. Eu quero cortar os pulsos. Preciso de movimento, barulho, muita gente na rua. No Rio você sempre pode ver onde a cidade acaba. Basta chegar na praia. Aqui não. É cidade em todas as direções e você não vê um fim. Isso me lembra um pouco Chicago, Nova York. Fui mal acostumada pelo meu passado. Morei em Manhattan e adorava mesmo criança andar pela rua, saltava do ônibus várias quadras antes da minha rua e vinha caminhando o resto do caminho, olhando vitrine. Minha Nova York é aquela do Manhattan de Woody Allen, filmado dois anos depois de eu partir de lá. É uma Nova York de Central Park e Degas no Metropolitan e Whitney Museum para ver filmes sobre pop art, Burger King e restaurantes de crepes francesas, brunch no Plaza Hotel. Vir a Sampa me leva um pouco de volta a essa época, esta cidade que tem tantas opções que é difícil saber o que fazer. É disso que eu gosto.

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