domingo, 21 de julho de 2013

Com a minha cara

Já fechei com o dono de um apartamento na Zona Norte. Agora só falta assinar o contrato. E tenho duas coisas passando pela minha cabeça. Uma, não quero sair de onde estou. Segunda, estou doida para dar o fora daqui. Estou com medo. Medo de estar dando um passo maior que a perna. Mas, francamente, esse é o medo que tenho o tempo todo. Vivo a cata de um paraquedas. Em tudo, eu diria. Meus irmãos é que sempre dispensaram com o paraquedas. Nem sempre deu certo, mas diria que eles não se saíram muito mal nessa história toda. Os dois têm uma carreira internacional e eu aqui ainda na terrinha. 
Então cá estou eu, indo para as áreas selvagens de Benfica, para um apartamento novinho em folha. Uma coisa inédita. Nunca morei em um lugar novo em folha ou que não estivesse meio caído ou que não tivesse azulejos horrendos. Aqui onde eu moro os azulejos são horrendos na cozinha e nos dois banheiros. Em Botafogo, morei em dois lugares com azulejos muito feios no banheiro e no apê da minha mãe os azulejos eram horrendos no banheiro até meu padrasto resolver pintá-los de branco, o que foi um alívio. Fico tentada a me inscrever no Decora e pedir que aquela decoradora me dê um apartamento bonitinho. Já começo a ter uma noção do que quero fazer com o apartamento, como organizar certas coisas. A grande verdade é que nunca tive um apartamento arrumado do jeito que eu queria. Quando me mudei para o Rio Comprido, por certas circunstâncias, tive de me desfazer de muita coisa. Agora tenho de comprar tudo de volta. O que é um pé no saco, mas me permite montar uma casa com a minha cara. E isso vai ser muito bom.

domingo, 14 de julho de 2013

Algumas fotos de Paraty






Livros nas árvores

Saindo do restaurante hoje e caminhando para a livraria hoje em Ipanema, vendo as pessoas por quem passava, me ocorreu que Paraty até certo ponto vira uma filial de Ipanema durante a FLIP. Toda aquela gente com grana, a classe média alta que frequenta a Travessa e que vejo na FLIP, nas filas para entrar na Tenda dos Autores. A cultura "culta" nesse país é sempre tão elitista, é uma pena. Por isso gosto tanto de ver as atividades da Flipinha na Praça da Matriz, as crianças lendo e fazendo atividades de arte e coisas assim. Esse ano tinha uma espécie de oficina para as crianças aprenderem a fazer um cavalo de pau com um cabo de vassoura e uma garrafa PET de 2 litros. Aí você está tirando fotos dos bonecos na praça e é quase atropelada por uma multidão de crianças correndo com seus cavalos de pau. Sempre adoro a ideia das árvores penduradas de livros, como se livros dessem em árvores, como frutas. E o melhor de tudo, são as crianças de Paraty que se beneficiam do que acontece ali. E isso é o máximo. 

sábado, 13 de julho de 2013

Paraty evaporando

Paraty é uma experiência que evapora muito rápido. Enquanto você está lá, tudo parece demorar séculos. Depois que você volta para essa cidade suja e caótica, Paraty vira uma memória distante muito rápido. Mas vou ver se no fim de semana consigo me lembrar do que aconteceu lá. Queria ter feitos uns posts de lá, mas toda vez que voltava para a pousada, em três segundos eu estava dormindo, completamente apagada. O que foi curioso desta vez foi que não entrei no meu tradicional estado de Paraty Zen, aquele esvaziamento da cabeça tão gostoso quanto é irritante porque parte do objetivo de vir para Paraty é poder escrever e você está olhando para o nada. Acho que em parte foi uma questão de ter muita coisa na cabeça, a busca por um apartamento, as mudanças no trabalho, questões ligadas a meu pai. Até consegui escrever um pouco, mas não tanto quanto eu queria. Parte disso também tem a ver com a FLIP, a programação e os horários. E olha que ultimamente só venho comparecendo a duas mesas por dia. Em parte por causa de dinheiro, e em parte para poder relaxar e curtir a cidade. Nas primeiras FLIPs eu queria assistir a tudo. Eu praticamente vivia dentro da Tenda dos Autores, naquele ar condicionado abençoado. Agora ficou caro demais. No meu primeiro ano na FLIP, mil reais davam conta dos gastos fixos, pousada, ingressos, ônibus. Hoje em dia você gasta dois mil reais. Não demorou muito para o pessoal em Paraty se tocar que a FLIP podia ser uma mina de ouro e todos os preços aumentarem para valer. Hoje a FLIP é super cara, mas francamente acho que ainda vale a pena.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Home again

Clark Kent está em Paraty de novo. Ainda bem. Após muita incerteza, decidi vir para a FLIP mais uma vez. O dia mal começou e logo vou rumar para o Centro Histórico assistir minha primeira mesa. Tomara que esta seja uma FLIP legal.