O fogo finalmente está acabando. Sigo escrevendo, só que não com a urgência das últimas semanas. Não vou esquentar. Essa febre do último mês acabou resultando em 150 páginas de caderno, o que me deu 75% do que escrevi até agora. Também acho que não dava para continuar nessa febre já que cheguei num ponto em que preciso decidir como encaminhar a história até o fim. Também não tenho tido tempo de fazer uma das coisas que vêm alimentando esse processo que é assistir determinados filmes que tratam de alguns dos temas do romance. Isso tem me dado uma carga de emoção que depois jogo no papel.
Um dos filmes que descobri nesse processo foi Rachel Getting Married, do Jonathan Demme, que é muito interessante não só pela temática, mas pela forma como foi filmado, praticamente como um documentário, com muita câmera na mão, muito improviso, música registrada enquanto é tocada durante o momento da filmagem. Fico torcendo que o Demme faça mais filmes assim. O resultado foi extremamente interessante. Desconfio que parte dessa matéria cinematográfica esteja entrando no texto porque tem horas (como hoje na Travessa) em que penso que seria mais fácil se eu pudesse mostrar a imagem do que estava passando na minha cabeça. Há momentos em que é muito melhor mostrar a pessoa sentindo a emoção do que ter de descrevê-la. Inclusive porque você corre o risco de cair no clichê. Ocasionalmente, acho que deveria tentar escrever um roteiro de cinema. Só que normalmente escrevo histórias que acontecem mais dentro da cabeça dos personagens do que fora. Agora que me vejo escrevendo algo que efetivamente acontece no tempo e espaço e tem ações e quase nenhum flashback (ao menos atá agora), de repente a ideia de escrever um roteiro está parecendo mais viável. Essa é uma coisa que ainda está no futuro.
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