sábado, 31 de agosto de 2013

Minha Vida de Sardinha

Eu passei anos indo para o trabalho de ônibus. Não era muito ruim. Eu sentava, abria um livro e saltava no ponto perto do trabalho. Agora que me mudei para Benfica, passei do ônibus para o metrô. E Deus me livre, como o metrô piorou desde que eu ia para Vila Isabel todo dia no meu primeiro emprego, recém saída da PUC. Os vagões vêm atochados de gente e entrar exige muita força física. E aí você vem encaixada contra as pessoas, mantida em pé pela simples pressão de outras pessoas contra o seu corpo. E se entrar é complicado, muitas vezes você não sabe como vai conseguir sair. Eu achava o ônibus ruim, mas eu podia esperar até passar um ônibus no qual fosse possível entrar e sentar. Não é surpresa para mim que quando o trem enguiça as pessoas fiquem revoltadas e comecem a quebrar tudo se é isso o que elas têm de enfrentar todo dia. Estou vendo que vou ter de chegar no metrô mais cedo e sair mais tarde, porque, do contrário, é insuportável. Cada vez mais eu entendo as pessoas quererem ter um carro para fugir disso. Essa vida de sardinha é terrível.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Saudades do Thai Brasil

Toda vez que volto de Paraty, passo uns dias meio decepcionada com a comida aqui no Rio. Isso porque sempre tenho dois motivos para ir para Paraty. A primeira é a FLIP. A segunda é o Thai Brasil. Uma das minhas paixões é a comida tailandesa e a melhor coisa do Thai Brasil é o jeito como a Marina mistura a culinária tailandesa com essa coisa tropical brasileira. O pad thai dela é o melhor exemplo disso, cheio de legumes. O curry de frango verde leva jiló, uma delícia. Passo cinco dias me deliciando com a comida da Marina e de volta a essa cidade caótica e suja, sinto falta desses sabores maravilhosos. E sinto falta da Marina. Não há ninguém que te receba melhor. Ela tem um carinho com os clientes que é incrível. E se você é um cliente assíduo, nossa, ela te trata como parte da família. No domingo, antes de viajar de volta para o Rio, passei minhas últimas horas no Thai Brasil, comendo com o pessoal da cozinha do balcão, conversando, fofocando, curtindo uma comida deliciosa. Saudades do Thai Brasil.

sábado, 3 de agosto de 2013

Mudar?

Desconfio que estou me tornando cansativa para as pessoas que me conhecem. Não paro de falar da casa nova. Hoje passei numa loja para comprar coisas que precisava para o apartamento. Tem tanta coisa para resolver ainda. Acho que, em parte, estou tendo dificuldade para acreditar que vou me mudar. É claro que passar o dia todo na Lersch torna a coisa mais complicada também. Quando me mudei da última vez, estava trabalhando em casa. Podia alternar períodos trabalhando em seja lá o que estava fazendo na época com meter livros em caixas, que me parece que foi o que fiz o tempo todo. Este domingo vou começar a desmontar o escritório, procurando as coisas que preciso jogar fora. E é aqui que realmente preciso jogar fora coisas. É onde tem mais tralha acumulada. Ainda bem que comprei sacos de lixo outro dia. Vou ter de me desfazer de coisas que acumulei e agora não tenho mais como usar, tipo milhões de fitas de vídeo. Alguma coisa vou preservar para passar para DVD. O resto será descartado. Vamos ver o quanto conseguimos avançar neste domingo.

domingo, 21 de julho de 2013

Com a minha cara

Já fechei com o dono de um apartamento na Zona Norte. Agora só falta assinar o contrato. E tenho duas coisas passando pela minha cabeça. Uma, não quero sair de onde estou. Segunda, estou doida para dar o fora daqui. Estou com medo. Medo de estar dando um passo maior que a perna. Mas, francamente, esse é o medo que tenho o tempo todo. Vivo a cata de um paraquedas. Em tudo, eu diria. Meus irmãos é que sempre dispensaram com o paraquedas. Nem sempre deu certo, mas diria que eles não se saíram muito mal nessa história toda. Os dois têm uma carreira internacional e eu aqui ainda na terrinha. 
Então cá estou eu, indo para as áreas selvagens de Benfica, para um apartamento novinho em folha. Uma coisa inédita. Nunca morei em um lugar novo em folha ou que não estivesse meio caído ou que não tivesse azulejos horrendos. Aqui onde eu moro os azulejos são horrendos na cozinha e nos dois banheiros. Em Botafogo, morei em dois lugares com azulejos muito feios no banheiro e no apê da minha mãe os azulejos eram horrendos no banheiro até meu padrasto resolver pintá-los de branco, o que foi um alívio. Fico tentada a me inscrever no Decora e pedir que aquela decoradora me dê um apartamento bonitinho. Já começo a ter uma noção do que quero fazer com o apartamento, como organizar certas coisas. A grande verdade é que nunca tive um apartamento arrumado do jeito que eu queria. Quando me mudei para o Rio Comprido, por certas circunstâncias, tive de me desfazer de muita coisa. Agora tenho de comprar tudo de volta. O que é um pé no saco, mas me permite montar uma casa com a minha cara. E isso vai ser muito bom.

domingo, 14 de julho de 2013

Algumas fotos de Paraty






Livros nas árvores

Saindo do restaurante hoje e caminhando para a livraria hoje em Ipanema, vendo as pessoas por quem passava, me ocorreu que Paraty até certo ponto vira uma filial de Ipanema durante a FLIP. Toda aquela gente com grana, a classe média alta que frequenta a Travessa e que vejo na FLIP, nas filas para entrar na Tenda dos Autores. A cultura "culta" nesse país é sempre tão elitista, é uma pena. Por isso gosto tanto de ver as atividades da Flipinha na Praça da Matriz, as crianças lendo e fazendo atividades de arte e coisas assim. Esse ano tinha uma espécie de oficina para as crianças aprenderem a fazer um cavalo de pau com um cabo de vassoura e uma garrafa PET de 2 litros. Aí você está tirando fotos dos bonecos na praça e é quase atropelada por uma multidão de crianças correndo com seus cavalos de pau. Sempre adoro a ideia das árvores penduradas de livros, como se livros dessem em árvores, como frutas. E o melhor de tudo, são as crianças de Paraty que se beneficiam do que acontece ali. E isso é o máximo. 

sábado, 13 de julho de 2013

Paraty evaporando

Paraty é uma experiência que evapora muito rápido. Enquanto você está lá, tudo parece demorar séculos. Depois que você volta para essa cidade suja e caótica, Paraty vira uma memória distante muito rápido. Mas vou ver se no fim de semana consigo me lembrar do que aconteceu lá. Queria ter feitos uns posts de lá, mas toda vez que voltava para a pousada, em três segundos eu estava dormindo, completamente apagada. O que foi curioso desta vez foi que não entrei no meu tradicional estado de Paraty Zen, aquele esvaziamento da cabeça tão gostoso quanto é irritante porque parte do objetivo de vir para Paraty é poder escrever e você está olhando para o nada. Acho que em parte foi uma questão de ter muita coisa na cabeça, a busca por um apartamento, as mudanças no trabalho, questões ligadas a meu pai. Até consegui escrever um pouco, mas não tanto quanto eu queria. Parte disso também tem a ver com a FLIP, a programação e os horários. E olha que ultimamente só venho comparecendo a duas mesas por dia. Em parte por causa de dinheiro, e em parte para poder relaxar e curtir a cidade. Nas primeiras FLIPs eu queria assistir a tudo. Eu praticamente vivia dentro da Tenda dos Autores, naquele ar condicionado abençoado. Agora ficou caro demais. No meu primeiro ano na FLIP, mil reais davam conta dos gastos fixos, pousada, ingressos, ônibus. Hoje em dia você gasta dois mil reais. Não demorou muito para o pessoal em Paraty se tocar que a FLIP podia ser uma mina de ouro e todos os preços aumentarem para valer. Hoje a FLIP é super cara, mas francamente acho que ainda vale a pena.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Home again

Clark Kent está em Paraty de novo. Ainda bem. Após muita incerteza, decidi vir para a FLIP mais uma vez. O dia mal começou e logo vou rumar para o Centro Histórico assistir minha primeira mesa. Tomara que esta seja uma FLIP legal.

domingo, 16 de junho de 2013

Aluga-se apartamento

Domingo. Fresco, thank God. Ontem foi um dia cheio. De manhã saí em busca de um novo apê. Rio Comprido não mais. Pediram meu apertamento. E acredite, é um apertamento. Só que nisso há dois probleminhas. Quando eu me mudei para o Rio Comprido, tive de me livrar de muitos móveis que eu tinha. Agora terei de comprar tudo de volta. O drama, naturalmente, é ter esse dinheiro. Vai ter de ser aos poucos. Vi um lugar legal em Vila Isabel. Tenho de cruzar os dedos para conseguir o lugar. Apartamento não está fácil atualmente. Ele evapora mesmo enquanto você está visitando o lugar. Foi o que aconteceu semana passada. Uma amiga minha foi ver um lugar para mim e já estavam reservando o apartamento debaixo do nariz dela. Complicado.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Boas notícias

Terminei a primeira versão do romance reinventado. E já iniciei o processo de reescrita. Do jeito mais difícil, com caderno e caneta. Nada tem sido muito fácil ultimamente, então vamos nessa. E francamente, do jeito que minha vida anda complicada, escrever tem sido uma das poucas coisas me dando alguma satisfação. Preciso de boas notícias.