segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Treze anos no cinema

Leilão. Cheguei meio em cima da hora com gente dizendo que era numa sala, depois na outra, depois na outra. Acabou que foi na mesma sala do ano passado, com praticamente os mesmos personagens. Descobri que temos algumas caras novas. Carne fresca, como gosto de dizer. Eu adoro assustar os novatos. É uma brincadeira, mas também uma maneira de ver se você aguenta o rojão. Para lançar legendas você tem de ter sangue frio e ao mesmo tempo conseguir se adaptar a qualquer situação já que a lei que impera nos festivais geralmente é a de Murphy. Já me aconteceu um pouco de tudo em doze anos de festivais. Este vai ser meu décimo terceiro. Deus, sou veterana absoluta. A coisa começa meio devagar e eu aproveito para pegar tantas sessões quanto possível enquanto o pessoal não acorda. Afinal de contas, para quebrar meu recorde de sessões, tenho de já começar com muitas sessões. Afinal, existe um limite físico para quantas sessões é possível fazer por dia. Tem uma hora em que o dia acaba. Este ano entraram novos cinemas, alguns mais populares que outros. Todo mundo disputa os cinemas de Botafogo a tapa. Os cinemas da Gávea também são bem disputados. Tendo experimentado lançar lá ano passado, eu entendo por quê. Você pode comer no shopping, o espaço é legal. Dependendo da sala, você fica encaixado numa posição não muito cômoda, mas essa é a sina do tacador de legendas.
O domingo acabou também sendo o dia da minha sessão de imprensa. Deu para sentir o quanto estou enferrujada. Ou melhor, o quanto o meu lançamento está contaminado pelos reflexos de marcação de legendas, coisa que faço toda semana. Na marcação de legendas, você tem de ser muito rápido. Para o lançamento de legendas, você tem de desacelerar um pouquinho, esperar para ver em que direção a coisa vai. Mas depois de uns cinco minutos já deu para sentir qual o ritmo do filme e a coisa encaixou. O filme não foi nada de especial e, francamente, não olhei para ver se a imprensa estava presente. Da cabine não dava muito para ver. Mas pelo menos foi tranquilo. Há uns poucos anos, numa sessão de imprensa, a lâmpada do projetor explodiu do meu lado no Odeon faltando meia dúzia de legendas para terminar o filme. Ainda bem que era minha última sessão. Agora é a contagem regressiva até sexta-feira.

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