Prefiro o feriado de Ano Novo ao Natal. A essa altura do campeonato gosto da folga que o Natal me dá, mas não o peso das associações que acompanham o Natal. É um pouco como se você tivesse a obrigação de ser feliz nesse dia. E tem os benditos presentes e tudo mais. Há séculos eu resolvi só dar presentes para minha família. Facilita minha vida.
Quando eu era criança, entendia perfeitamente porque se comemorava o Natal, mas me sentia um tanto confusa com o Ano Novo. Sempre considerei essa uma celebração artificial, como o dia das Mães ou o dia das Crianças. Alguém decretou que era para ser assim e pronto. Sim, claro, eu sei que é algo que vem de tradições antigas que nem o Natal, embora no meu estoque de cultura geral e referências cinematográficas que roda nessa minha cabeça louca não consiga me lembrar agora qual a tradição específica. Por exemplo, ao assistir um documentário da BBC lembro agora que a tradição da árvore de Natal só chegou na Inglaterra com o Príncipe Albert, o marido da Rainha Vitória. É o sintoma eterno de quem trabalha com cinema e TV. Todo mundo vive de referências e citações e fatos obscuros. E depois você conversa com pessoas normais e não entende porque elas não sacam a piada que você fez com uma frase de um filme.
Mas voltando ao assunto, nunca consegui entender direito essa coisa de Ano Novo e chegou um ponto em que resolvi desistir e ignorar o Ano Novo. Eu aproveito os dias de folga com muito prazer, escrevo bastante, mas fico em casa enquanto todo mundo solta fogos. Dá menos aborrecimento assim. Vou me enfiar no banho agora e partir para a Travessa. Tomara que as hordas consumidoras já tenham ido embora. Quero a minha livraria só para mim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário