domingo, 24 de novembro de 2013

Reformas e puxadinhos

Aos poucos as coisas vão entrando nos lugares. Esta semana abri a última caixa de livros. Não esvaziei todas, mas as prateleiras estão começando a ficar com a cara que eu quero. A estante da sala está quase toda preenchida e as estantes do quarto já estão com várias coleções de livros já instaladas. Está indo devagarinho e estou curtindo o processo. Seria mais fácil se eu simplesmente organizasse os livros alfabeticamente por autor, mas essa organização surgiu organicamente à medida que minha biblioteca cresceu de umas poucas dezenas de livros para sei lá quantos tenho agora e foi ficando. Podia simplificar as coisas, mas desconfio que não seria tão divertido se fosse simples. Para muitas coisas sou muito desorganizada, mas em outras sou extremamente rigorosa. É assim para todo mundo? Minha mochila é mais bem dividida que muito bat-cinto de utilidades. E minha mesa tem todo tipo de coisa acumulada de notas fiscais de coisas que comprei a inúmeros fios e fones de ouvido e timers para controlar o tempo do que estou cozinhando, embalagens de remédio para gripe, panos para tirar o pó dos livros antes de colocá-los nas estantes. 
O que é legal é que é o meu apartamento que vai ficar com minha cara porque vou arrumá-lo para ficar do jeito que eu quero. Acho que não fico tão feliz assim com um novo apartamento desde que saí da casa da minha mãe. Não é surpresa para mim que as pessoas busquem tanto ter um canto só seu, mesmo que seja um barraco no lado de um morro. Os americanos falam em renovation, a gente tem o puxadinho. Adoro essa coisa de sempre querer esticar a casa um pouco mais para o lado, botar mais um terraço, uma varanda, sei lá.
Agora eu moro em uma vila que antigamente era feita de pequenas casinhas de um só andar. Digo antigamente porque atualmente sobrou apenas uma casa nessa configuração original. Todas as outras casas foram reformadas, ganharam mais dois ou três andares. Cada um dos donos refez a casa ao seu modo. E dá para ver que o interior de várias dessas casas ficou lindíssimo. Alguns ainda estão fazendo isso. Você chega do trabalho e tem uma pilha de areia e tijolos no meio do caminho. Ou como vi esta noite, um fogão velho largado do lado de fora da casa porque tinha obviamente sido substituído por um novo. Senti pena do fogão velho, largado na chuva. Tadinho.

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