Todo dia eu preciso sair com o Wilson. Não só porque é a coisa tradicional a se fazer, como também, se eu não o levo, ele fica muito chateado. Esse é um cachorro que nasceu para andar na rua. Ele adora passear, ver os carros, as pessoas. E nessa história de passear com meu amado cão, eu vejo as pessoas que circulam no bairro. Tem o pessoal que frequenta a academia aqui do lado de casa, o pessoal que vem da empresa aqui perto, a turma que mora por aqui, as crianças que morrem de medo do Wilson apesar de ele ser o cachorro mais boa praça do mundo. E tem um sujeito que eu vejo volta e meia. Esse é uma verdadeira figura. Ele está sempre falando alto ao celular, de bermuda, sem camisa, descalço, parecendo que está na sala da casa dele pela facilidade com que ele circula pela calçada como se nada fosse, como se não fosse bizarro ter um homem tendo conversas tão íntimas e em trajes tão sumários no meio da rua. Ele anda para cima e para baixo tendo essas conversas que sempre parecem ser importantíssimas e parece ignorar todos que passam por ele. Eu meio que cheguei à conclusão que ele leva o celular para passear do jeito que levo o Wilson na rua. Acho que só falta a coleira. Vai entender.
quarta-feira, 23 de março de 2011
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