Vou confessar à minha meia dúzia de leitores. Todo sábado, quando me visto para ir à livraria, eu tenho a nítida sensação de estar executando um ritual. Eu penso imediatamente naquelas cenas de super-heróis vestindo seus uniformes pela primeira vez. É a mesmíssima roupa de todos os outros dias em que saio para fazer alguma coisa na rua. Mas no sábado, ele faz parte do ritual propiciatório da escrita. Do mesmo jeito que entrar às pressas na Travessa e subir correndo as escadas para pegar uma mesa o mais rápido possível, sacar da mochila os livros e cadernos que vou usar durante o dia. É uma forma de, desde cedo, já ir focando a cabeça no que se vai escrever. Gosto do foco que essa disciplina de sábado me dá. E com isso estou escrevendo direto há nove anos. O que não é nada mal considerando que passei muito anos antes disso quase sem conseguir produzir. Agora é uma ideia de romance atrás da outra. Para mim, o antídoto para a falta de inspiração sempre foi ler e escrever. E se depender de mim, vai continuar sendo.
domingo, 27 de março de 2011
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