A escrita do novo romance em progresso, o 3 e não o 4 como eu coloquei anteriormente, está sendo uma experiência no mínimo interessante. Não só porque pela primeira vez eu tenho um narrador que não encampa tudo o que a personagem faz ou pelo fato de ter uma personagem propositalmente desagradável e difícil, mas pela forma como ele está sendo escrito, no meio de um restaurante chinês no subsolo do Edifício Avenida Central, com o dono do restaurante correndo de um lado para o outro, tentando agilizar o atendimento aos clientes, garcons correndo de um lado para o outro com travessas super quentes de comida. Não sei como não queimam as mãos. O dono do lugar não deve entender nada porque eu dedico os últimos 20 minutos do meu almoço a escrever num caderno. Não importa. Eu me sinto meio alienígena ali e talvez por isso essa mulher que estou descrevendo no romance está saindo de um jeito tão diferente. Um tema permanece, a impossibilidade da comunicação e a mentira. Mas ninguém morre nesse romance e não quero ficar me debruçando sobre a família. Quero me debruçar sobre ela e sobre como as pequenas decisões que a gente toma determinam quem a gente é. O personagem central do romance anterior não queria agir. A personagem deste romance age, mas demora a perceber o que essas decisões acarretam. E, até certo ponto, eu também não sei no que vão dar as decisões que tomo agora com este romance. Essas coisas a gente só descobre no final.
sábado, 28 de abril de 2012
sexta-feira, 20 de abril de 2012
Esquentando os motores
Amanhã vou me dedicar à digitação do romance em progresso 3, mas durante a semana tenho escrito o romance em progresso 4. Como sempre, esta sexta dei um tempinho num café perto do trabalho para escrever um pouco. Uma fatia de torta de chocolate, um refrigerante e pronto, é o que basta para a escrita fluir. Nunca sai muito mais do que uma página ou duas. É só um jeito de esquentar os motores para o sábado. E hoje cheguei a uma conclusão sobre a personagem do romance em progresso 4, que precisava narrá-la na terceira pessoa, algo que não é muito natural para mim. Mas percebi que precisava fazer isso para poder criticá-la. Se ela contasse a história, poderia justificar tudo. E eu não quero isso. Creio que vai ser um experimento interessante.
domingo, 15 de abril de 2012
Rindo até arrebentar.
Um almoço de domingo com amigas. É o Clube da Terça-Feira Gorda. E do jeito que a gente vai, estaremos enormes antes dessa história terminar. Cada uma resolve inventar uma coisa, uma entrada, um prato principal, uma sobremesa. A gente faz na casa de quem está servindo de anfitriã da vez. E conversamos. Conversamos sobre o que for. Às vezes é sério, muitas vezes não é. Hoje, por exemplo, rimos até quase arrebentar. Dentro de quinze dias a gente repete a dose. Nós podemos viver sem um companheiro ou filhos, mas não podemos viver sem amigos.
Uma nova ideia
No caminho para a Travessa hoje, no táxi, ouvi uma notícia na TV (é, o cara tinha uma daquelas telinhas de TV no carro) que instantaneamente fez as rodinhas na minha cabeça começaram a girar. E disso veio uma ideia para um romance que me bateu com uma força tal que passei o dia todo pensando nela. E, de certo modo, é o projeto mais complexo a que já me propus. De tal modo que ainda preciso tomar uma série de decisões antes de poder começar a escrever qualquer coisa. Esse é um texto em que vou precisar de mais do que apenas um título, meia dúzia de nomes de personagens e uma ideia vaga de onde é que vou chegar antes de poder abrir um caderno e começar a escrever. Enquanto isso não acontece, vou seguir com os outros projetos. Andei um pouco mais com o novo romance em progresso. Ele pode acabar sendo muito interessante, mas sinto que vou ter de fazer algumas coisas de um jeito diferente do que estou acostumada. E isso pode ser muito bom.
sábado, 14 de abril de 2012
Maluquice
Pode parecer maluquice eu começar a escrever um novo romance quando ainda não fechei o segundo ou o terceiro. A explicação é simples. Minha cabeça não para. Não dá para digitar o romance em progresso 2 durante a hora do almoço e agora que comecei a escrever todo santo dia durante as refeições fica complicado parar de repente. São só 20 minutos, umas poucas linhas, mas muitas vezes aparecem umas coisas muito interessantes. Hoje também, sabendo que o trânsito para casa estaria um horror, eu passei em um café e passei uma hora escrevendo. Foi um jeito de relaxar depois de um dia super cansativo de trabalho. E claro que isso me deixou muito contente. O começo de um romance é sempre o início do processo de montar o personagem. Não me vejo inventando uma estrutura muito complicada neste texto. O desafio mesmo vai ser conseguir inventar eventos e detalhes suficientes para preencher um só dia, que é basicamente a duração do romance. Hoje vamos prosseguir com o romance em progresso e ver o que acontece.
domingo, 8 de abril de 2012
A melhor coisa do mundo
Escrever é a melhor coisa do mundo. Estou sentada na Travessa, digitando o romance em progresso. E sinceramente, não tem nada melhor que segurar um caderno contendo um romance inteiro e pensar em todos meses que dediquei a esse texto. Não tem nada melhor que essa paixão. Meus amigos não entendem porque eu ando por aí com meus cadernos para cima e para baixo, mesmo quando não vou escrever. Mas simplesmente não consigo me afastar das coisas que escrevo. Até agora, eu costumo carregar o texto do segundo romance por aí mesmo que eu não o leia. É algo que eu produzi de que tenho muito orgulho. E tem um pouco aquela dúvida meio eterna que é: de onde foi que veio tudo isso? Por que você nem sempre entende a origem do que você escreve. Às vezes eu prefiro quando não sei de onde as coisas estão vindo. Eu gosto disso. Amanhã voltamos à vaca fria. Trabalho, rotina, contas a pagar. Mas vou ter meu romance na minha mochila comigo e isso me conecta ao que faço todos os fins de semana. E eu gosto disso. Boa noite.
Home, sweet home
Eu não fui na Travessa na sexta. Me deu preguiça, mas também me deu vontade de ficar em casa um pouco. Tenho passado tanto tempo fora de casa, seja trabalhando, seja saindo com amigos que mal estou em casa. É basicamente o tempo para chegar em casa, jantar, trabalhar um pouquinho e dormir. Os meus cachorros, que andam um pouco carentes, gostaram da novidade. Mas hoje, sábado, eu fui lá para cumprir o meu horário. Eu tinha pensado em levar meu laptop e começar a digitar o texto do romance em progresso 2, mas em vez disso o que fiz foi começar a escrever o romance em progresso 3. Na prática, já tinha escrito umas cenas em outubro do ano passado, quando estava em São Paulo, trabalhando na Mostra. O que eu fiz hoje foi começar a juntar essas cenas dispersas em diferentes cadernos em um caderno só, que é onde vou escrever o romance para valer. Eu gostaria de continuar amanhã, mas isso vai depender da hora em que terminar o episódio que tenho de traduzir até o final do domingo. Vamos cruzar os dedos para que eu seja bem produtiva amanhã.
domingo, 1 de abril de 2012
Cena final
Terminei a segunda versão do romance em progresso. A última cena ainda vai exigir umas mexidas no confronto final entre os personagens, mas acho que o básico está feito. Esse é um daqueles diálogos que precisa ser construído aos poucos. Não tem jeito. É uma cena muito difícil e basicamente encerra a história e se eu não acertar, a coisa toda vai por água abaixo. O processo mecânico e chatinho começa agora. Digitar tudo. Pelo menos eu já vinha traduzindo tudo durante a passagem da primeira para a segunda versão. Só sobrou o material das cenas avulsas que está, em sua maioria, em inglês. Escrever num restaurante lotado durante meus almoços faz com que eu volte a um velho truque, escrever em inglês para que a pessoa na mesa ao lado não possa simplesmente olhar e entender o que estou escrevendo. E durante meus almoços vou ver se começo a pensar no próximo romance.
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