sábado, 14 de julho de 2012

Pós-FLIP

Compareci na quarta ao evento pós-FLIP da Globo na Travessa do Leblon em que falavam sobre os dez anos da FLIP. E achei interessante quando, no meio da palestra, uma mulher começou a reclamar de alguma coisa, provavelmente relacionado ao fato de ter pouca poesia na FLIP. Como ela não tinha um microfone, não dava para entender direito. Mas pela resposta do pessoal na mesa, deu para deduzir que tinha a ver com poesia. Isso num ano em que havia leituras de poesia antes de toda mesa e em que o homenageado é provavelmente um dos poetas mais amados do Brasil. A poesia realmente recebe menos atenção que outras formas de literatura, não só aqui no Brasil, mas em outros países também. Ela é uma forma mais difícil. Eu, por exemplo, sou meio impermeável a poesia. Ela só me chega meio que contrabandeada, inserida dentro de outros veículos, como uma música, citada em um filme. Mas o que interessa é que essa reclamação não tem nada de novo. Há anos que as pessoas criticam a FLIP. E isso é um resultado da importância que a festa adquiriu no país, gerando inúmeros outros festivais literários. As pessoas querem que a FLIP seja todas as coisas para todas as pessoas. E isso obviamente não é possível. A festa não vai salvar a literatura, não vai fazer as pessoas lerem mais, não vai transformar o país. Mas por cinco dias pode divertir as pessoas, pode nos fazer pensar e rir e descobrir coisas que não sabíamos antes. É isso o que me interessa.

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