sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Quem diria, acabei na Liberdade

Liberdade. Esse lugar já me pareceu mais com um país estrangeiro. No meu primeiro ano de Monstra, passei uns dois dias maravilhada com o que vi aqui. Aquelas lojas cheias de artigos que não sabia o que eram, escritas em japonês ou chinês ou tailandês. Você anda por uma loja e uma das vendedoras está atracada com um celular, falando em chinês, e é uma maravilha você não conseguir entender uma só palavra. Nada te dá mais a sensação de estar longe daquilo que se conhece do que se ver cercado por uma língua estrangeira. Mas agora que estou tendo aulas de culinária asiática e fazendo compras pelo menos uma vez por mês em mercados de produtos orientais, parte do mistério sumiu. Eu sei o que são aqueles produtos, reconheço o maço de bok choi, admiro os lindos maços de cebolinha nas mercearias. Almocei no mesmo restaurante tradicional onde fui há dois anos. Desta vez a clientela estava mais ocidental (na época eu era a única mulher caucasiana, fora as duas garçonetes, em um mar de executivos de descendência japonesa), mas a comida continua farta e gostosa. Ainda quero voltar um dia para comprar um novo wok para mim, um com tampa. Não consegui me decidir, mas achei alguns ingredientes que não consigo achar no Rio e comprei uma certa quantidade para levar de volta comigo. Desconfio que terei de comprar uma caixa e despachar algumas coisas como bagagem em vez de tentar atochar tudo na mala como fiz ano passado. Quase arrebentei o fecho. Não vou repetir o feito. Finalmente comecei a tirar fotos da cidade e pretendo continuar nesta última semana da Monstra. Meu olho fotográfico está começando a encaixar. Estou fazendo umas experiências interessantes que pretendo continuar amanhã, sábado. Quero andar um pouco pela Paulista. Fico sempre para fazer isso, mas nunca consigo, e sempre que quero, está um calor absurdo. Mas como estão prevendo um fim de semana de chuva, lá vou eu.

2 comentários:

Daniela P. B. Dias disse...

ana, fazer compras na liberdade é uma coisa que sinto falta depois de ter voltado a morar no rio. sou completamente amadora em comida asiática, mas adorava ficar horas naquelas mercearias de lá "descobrindo" ingredientes, e adorava comprar cogumelos de todo tipo bem baratinhos... no rio cogumelo é artigo de luxo, difícil de achar qualquer coisa que não seja vidrinho de champignon e quando vc acha é tudo carésimo!

(ah, tou adorando as impressões sobre a cidade, muita coisa bate com o que eu senti morando por estas bandas)

Anna Luisa Araujo disse...

Se você comprar os cogumelos desidratados que tem no Zona Sul, não é tão caro e eles duram séculos. Pode ser uma boa. E se tiver saudades dos mercados da Liberdade, conheço alguns mercados asiáticos no Rio. Posso te indicar.