A perspectiva de mais um sábado. É tudo o que eu queria. E teremos um domingo também. Ou pelo menos parte do domingo. Recebi o último romance da Anne Enright por quem me apaixonei lendo The Gathering, que recebeu o Booker Award. Quando ela veio à FLIP em 2009, eu fiz uma viagem de um dia apenas para Paraty porque eu fazia questão de vê-la. Não tinha dinheiro naquele ano para ficar os cinco dias, mas ela eu ia ver. E de novo a prosa dela me captura. Ela tem aquele jeitão de tia velha, mas o texto dela é luminoso e ela fala de coisas normais de todo dia com um gosto, um prazer que te seduz. A história que ela está contando é a mais banal possível. O grande barato é o sabor do texto. Em Diário da Queda o grande barato não é o texto, que é bem seco, quase frio, mas as repetições do texto. Ao fazer uma espécie de acerto de contas com o seu passado, o narrador do Diário fica voltando repetidamente a cenas do passado do avô, do pai, da época da escola e da queda do menino que dispara todas as reflexões do narrador. Ele vai e volta e repassa as mesmas coisas várias vezes e a cada vez ele acrescenta algo a mais. É um relato impiedoso e seco de um homem sobre si mesmo e sua família, as dores que foram passadas de pai para filho. É realmente incrível.
sexta-feira, 17 de junho de 2011
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