quinta-feira, 23 de junho de 2011

Sempre estrangeira

Ontem fez 34 anos que aportei aqui em terras cariocas. Meus pais estavam se separando, minha mãe voltava para a casa da mãe dela e eu saía de Nova York para um tremendo choque cultural. Passei minha primeira semana não conseguindo falar português apesar de entender o idoma perfeitamente, resultado de ter passado três anos falando inglês direto. Eu achava dar dois beijinhos no rosto uma tremenda frescura (e até hoje prefiro abraços a beijinhos no rosto). Não entendia esse jeito mais informal daqui depois de anos em uma sociedade mais formal. E minhas roupas, claro, não tinham nada a ver com o que se vestia aqui no Rio. Eu levei um tempo para entender isso. Mas mesmo depois de 34 anos continuo não me sentindo muito carioca. Você nunca vai me ver na praia, bronzeada, correndo na Lagoa. Sou eternamente Clark Kent, branca, fora de forma e de óculos.

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