Reunião no domingo para distribuir as sessões entre os lançadores de legendas. Para quem não sabe, os lançadores são aquelas criaturas esquisitas com um laptop ou micro no meio da sala, apertando botões no teclado durante o filme. São eles que estão jogando aquelas legendas na tela para que você possa entender perfeitamente diálogos em chinês, árabe e tailandês. Daí o termo técnico, tacadores de legendas. Fora da sala de projeção, os lançadores podem ser identificados pelo crachá, o ar blasê de quem já fez aquilo trinta mil vezes e as olheiras que vão se aprofundando conforme o andar do Festival do Rio. Também estão frequentemente munidos de laptops e pen drives e caderninhos com longas listas de filmes a serem lançados e você os vê trabalhando nos lugares mais improváveis para terminar a tradução de um filme que vai passar amanhã na sessão das 14h. A reunião em si já é como aquelas festas de Natal das famílias, faz um ano que nos vimos pela última vez e ficamos trocando velhas histórias de festivais passados, como soldados falando de campanhas passadas. Rola muito papo, muita risada, todo um rol de piadas internas que ninguém de fora vai entender, como perguntar se vai ter sessão na praia este ano. Rola comida também, uma farta mesa de café da manhã (uma cortesia incrível de nossos valorosos líderes) para os pobres coitados que estão enfiados num cinema congelante às nove da matina no domingo, tentando entender a letrinha miúda da longa lista de sessões do dia no papel que é distribuído entre o pessoal. Há quem prefira certos cinemas, certos horários, quem queira lançar determinado filme para poder assisti-lo enquanto lança (porque, do contrário, você realmente não vai ter tempo para vê-lo), quem quer lançar um filme porque o traduziu e é um daqueles filmes que é uma pauleira. Como todas as famílias, somos ruidosos e afetuosos e sempre curtimos nossos reencontros. Sinto falta disso no resto do ano, trabalhando sozinha em casa. Este será meu décimo-segundo festival e não acredito que já faz tanto tempo. Ao mesmo tempo, é bom poder ser veterana, sentir a calma de quem já viu de tudo um pouco. Sexta-feira eu estarei no cinema. E vai ser muito bom.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
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