sábado, 19 de setembro de 2009

Fotografias


Sempre há um componente visual em tudo o que eu escrevo. Quando inicio um novo texto, preciso ter um título e uma foto, uma capa que expresse minhas idéias sobre o texto. Eu fazia isso na época em que entregava meus trabalhos no colégio. Tinha de ter uma ilustração na capa, mapas, desenhos ilustrativos do tema do trabalho, talvez cópias Xerox de fotos. Antes de ter acesso a computadores, eu fazia essas coisas usando cópias Xerox de desenhos, cópias de catálogos de Letraset, passava horas recortando e montando as letras, só para criar uma capa para o manuscrito.
A origem de tudo isso, eu sei, é minha mãe, uma gravadora, que sempre fez questão de levar os filhos para ver exposições, fosse em Nova York ou Washington ou Rio de Janeiro. Quando morávamos em Nova York, vivíamos indo ao Metropolitan. Lembro claramente de ir ver com ela filmes sobre pop art no Guggenheim e uma exposição das esculturas de bailarinas do Degas no Metropolitan. Nossa adolescência foi passada indo a vernissages dos amigos de minha mãe, outros artistas. Eu até trabalhei no Parque Lage por uns seis meses e vi a montagem de exposições, participei até de uma delas, empoleirada num andaime por três dias, pintando uma parede. Na mesma época, eu estudava na PUC e descobri a fotografia, passei a andar para cima e para baixo com uma câmera que meu pai me emprestou. Depois passei anos sem uma câmera, mas meu fascínio pela fotografia continuou. Hoje, felizmente, tenho uma câmera digital e voltei a fotografar coisas e pessoas. Inclusive, todas as fotos que coloco aqui no blog são fotos que eu tirei, como a que ilustra este post. Está demorando um pouco a recuperar o meu olho de fotógrafa, mas aos poucos, ele vai voltando.

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