sábado, 22 de maio de 2010

A fotógrafa invisível


Quando tiro fotos, na prática, eu gostaria de ser invisível. Queria poder andar no meio das pessoas e fotografá-las sem que elas percebam. Porque o que eu gosto de captar é aquele momento em que elas não percebem que estão sendo observadas. Um pouco por isso tenho toda uma série de fotos de pessoas pelas costas. Ou então sento em algum lugar e finjo estar mexendo na câmera para disfarçar que na prática estou tentando fotografar a pessoa na minha mira. E às vezes dá certo, às vezes não dá.
Passei a vida toda exposta a todo tipo de arte, pintura, gravura, escultura, mas a minha preferida é, sem dúvida nenhuma, a fotografia. Tenho pilhas e pilhas de revistas de fotografia. Mas não revistas que falem de câmeras e essas coisas, mas revistas que são como portfólios para os fotógrafos como a Black & White ou a Life. Eu compraria mais livros de fotografia, mas eles são muito caros. E eu sempre uso fotos quando crio capas para meus manuscritos pois uma simples folha branca com o título para mim é muito sem graça. Inventar essa capa é uma forma de pensar sobre o que quero escrever, achar uma imagem que traduza o que eu quero é um exercício que eu gosto muito. Pretendo carregar minha câmera para Paraty e colocar as melhores fotos no blog para ilustrar o diário da FLIP que pretendo escrever, do mesmo jeito que fiz um diário do festival.

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