Quando comecei a morar sozinha, ir ao supermercado era meio que uma aventura. Eu me toquei que eu estava desprovida de todo aquele conhecimento alimentício que as mulheres deveriam ter. Ainda assim, eu tinha de comprar comida para mim mesma ou ia passar fome. Eu não fazia ideia de como ver se algo estava maduro ou não, como avaliar se um peixe estava fresco, como se chamavam aquelas tantas folhas verdes que havia naquela gôndola. Claro que eu conseguia identificar batatas e tomates e quiabo e berinjela. Mas a ideia de comprar esses ingredientes e fazer algo disso era um pouco assustadora. Minha mãe, nunca uma boa cozinheira (sorry, Mom), não se deu ao trabalho de me ensinar a cozinhar. Eu sabia fritar bifes, ovos e quando morava com minha mãe, pegava coisas que tinha sobrado na geladeira do jantar, jogava numa frigideira, fritava e depois jogava um ovo frito por cima. Sempre gostei de bife acebolado e de costeletas de porco, mas eu realmente não sabia como temperar a carne e comprava tempero pronto e isso nunca dava muito certo, mas fazer o quê? Eu precisava comer. Com certeza, comprar comida pronta era muito mais fácil. Era só enfiar no forno e deixar por 40 minutos. Timer ligado e ping! Estava pronto. Depois, eu só precisava lavar os talheres e passar uma água no prato já que eu comia direto da embalagem. Na prática, eu continuo fazendo o meu grande mexidão, mas agora eu sei o que estou fazendo (well, sort of) e junto ingredientes com um pouco mais de noção de qual será o resultado. Tenho uma pilha de livros de cozinha de comida asiática que ainda não tive tempo para explorar completamente. E, o que me bate como mais engraçado toda vez que vou ao mercado, é que eu geralmente vou direto para a gôndola das verduras e identifico sem qualquer problema o que é coentro e o que é cebolinha e o que é manjericão quando antes eu tinha de ler a identificação no pacote. Não me peça para distinguir os vários tipos de limão ou os vários tipos de banana. E também tenho uma tendência a confundir melão e mamão. Mas como não costumo comer nenhum dos dois, não faz muita diferença. Uma amiga minha me convidou para um café da manhã na sua casa e ficou chocada ao descobrir que eu nunca tinha comido um mamão na vida. É só que meu lance não é fruta. Quando se trata de coisas doces, eu prefiro recorrer ao básico: chocolate, sorvete, doce de leite, Nescau. Talvez só falte isso para que minha alimentação seja realmente saudável. E claro que eu sei que deveria fazer exercícios, mas eu odeio tanto isso (desde criança, by the way, quando podia fazer polichinelos sem botar os bofes pela boca) que vai custar um pouco mais de força de vontade.
segunda-feira, 24 de maio de 2010
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