Não me lembro agora quem foi que disse que Super-Homem era a identidade original e Clark Kent o disfarce. O disfarce não são só os óculos, é a pessoa inteira, que é para ser o homem mais desinteressante do mundo. Ele quer passar desapercebido, ser quase invisível. Eu sempre lembro do Christopher Reeve, aquele homem enorme, curvado, tentando parecer menor, com aqueles óculos enormes. E quando as coisas acontecem, todos prontamente se esquecem dele, toda a atenção é voltada para o Super-Homem. Passada a crise, lá está ele de novo, meio trapalhão, mas inofensivo, ajeitando a gravata. Na FLIP, às vezes, vejo pessoas decepcionadas com este ou aquele escritor por ele não ser uma figura muito interessante. Fui assistir Anne Enright em Paraty ano passado por admirar muito o trabalho dela. E me deparo com uma mulher que tem meio que essa cara de empregada, usando um vestido não muito bonito. A mesa acabou sendo meio morna, mas não fiquei decepcionada. Por baixo da aparência de faxineira deu para sentir que tinha uma pessoa super interessante. E o texto dela é maravilhoso. Não são todos os escritores que sabem dar show como o Will Self. Foi um lembrete para mim que muitas vezes fica difícil ver o Super-Homem. Mas ele está lá.
terça-feira, 7 de setembro de 2010
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