Já tive um texto meu criticado porque os personagens não seriam diferentes o suficiente, imperfeitos o suficiente. Não posso dizer que concordei completamente com essa crítica, mas tudo bem. A experiência me ensinou que é preciso ouvir tudo o que é dito. Especialmente de pessoas que te criticam com a melhor das intenções. E aquela velha história realmente é verdadeira: você só aprende quando dá de cara na parede e precisa descobrir como desgrudar seu nariz e achar outra direção. Uma das melhores críticas que eu recebi basicamente arrasou com dois terços do meu primeiro romance. Me senti deprimida por uma semana, mas em seguida joguei fora o trecho que foi criticado e comecei de novo. Em seguida recebi outra grande crítica a todo um terço do romance e tive de reescrever esse terço também. Foi desanimador, claro, eu já estava trabalhando no romance há tantos anos que tudo o que eu queria era botar um ponto final, mas eu entendi que todas as mudanças sugeridas eram absolutamente necessárias. O resultado, pelo menos na minha modesta opinião, foi um dos melhores textos que eu já escrevi. Por essas e outras não tenho ilusões que o romance que estou escrevendo agora vá exigir muita revisão. Faz parte. Ao mesmo tempo, lembrando daquela primeira crítica, tenho tentado tornar esses personagens tão imperfeitos quanto possível, menos certinhos, mais contraditórios. Eu até brinquei com uma amiga que as mulheres do romance são umas chatas. Mas eles estão chegando num ponto em que conseguem me surpreender. Hoje eu comecei uma cena que eu imaginei ser de uma personagem e de repente tinha virado uma cena do irmão da personagem. É uma pena que não pude fechar a cena, mas é até melhor assim. Esse início de cena vai ficar rodando na minha cabeça até o sábado que vem, uma das melhores maneiras de trabalhar nela.
sábado, 16 de abril de 2011
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