sábado, 30 de junho de 2012

Pancadas

Não é que eu goste de levar umas pancadas na cabeça. Muito pelo contrário. Como a maioria das pessoas, prefiro muito mais levar uma vida em que só acontecem coisas boas. O que não posso fazer é dizer que essas cacetadas não são úteis às vezes. Elas servem para te sacudir e te fazer pensar. Levei uma cacetada dessas essa semana e isso serviu para que eu começasse a pensar em antigas questões minhas, mas também sobre coisas que escrevi em um dos meus romances em progresso. De repente percebi que o final de um de meus personagens tem de ser alterado. Alterado e aprofundado. Percebi que no texto original eu não fui fundo o suficiente. Mais uma vez eu me vejo andando naquela estranha linha que separa vida e ficção. O que, no meu caso costuma me acontecer ao contrário. Acho que já falei disso. Escrevo sobre uma coisa e depois ela me acontece. E é extremamente estranho me ver passando por uma situação sobre a qual eu escrevi, acreditando plenamente que ela ficaria só no reino da ficção, para depois vê-la se materializar na minha frente. A única vantagem disso é que eu entendo muito melhor aquilo sobre o que escrevi depois de ter efetivamente vivido o momento. A verdade é que imaginar certas coisas intelectualmente só pode te levar até um certo ponto. Só a experiência pode te dar a bagagem necessária para ir além.

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