De novo, mais um trecho de Nada a Dizer, de Elvira Vigna.
Falávamos e falávamos outra vez, num bordado que repegava o que já havia sido dito e redito muitas vezes, para que fosse dito outra vez. Na esperança de que o desvio de uma vírgula, de uma nova palavra, nos levasse além da linguagem. A linguagem sendo o espaço construído em meio a um vazio, construído para que tentássemos entender, quadricular, estruturar esse vazio que estava, contudo, sempre do lado de fora dessa construção. Tentávamos apreender o que a linguagem não apreende, e o fazíamos através da linguagem, nosso único quarto, tão exíguo quanto o de um motel.
Falávamos e falávamos outra vez, num bordado que repegava o que já havia sido dito e redito muitas vezes, para que fosse dito outra vez. Na esperança de que o desvio de uma vírgula, de uma nova palavra, nos levasse além da linguagem. A linguagem sendo o espaço construído em meio a um vazio, construído para que tentássemos entender, quadricular, estruturar esse vazio que estava, contudo, sempre do lado de fora dessa construção. Tentávamos apreender o que a linguagem não apreende, e o fazíamos através da linguagem, nosso único quarto, tão exíguo quanto o de um motel.
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