Precisei ir ao centro na quinta para resolver umas coisas e acabei aproveitando para almoçar no Focaccia da Travessa na Sete de Setembro. E depois de comer, abri um caderno e escrevi um trecho do próximo romance. Foi incrível perceber o quanto ele está perto da superfície, pronto para ser escrito. Se eu decidisse botar o romance atual de molho por um tempo, poderia tranquilamente começar a trabalhar no próximo. A verdade é que ainda não sei como vou estruturar as idas e vindas entre 1989 e 2009, mas essa é uma dessas coisas que acabo decidindo sempre no processo de escrever, encontrando o caminho que parece mais natural. E esse é o grande truque. Um romance é uma construção, é artificial. Não há nada de natural nele. Agora se alguém me perguntar como é que se faz isso, pode esquecer. Eu não faço ideia. Meu processo é completamente instintivo. Eu estudei jornalismo, não letras. Comecei a escrever com 15 anos e cheguei no ponto em que estou, bem ou mal, simplesmente na base da tentativa e erro, lendo muito, escrevendo muito. Daí eu seria a pior pessoa para dar uma oficina de escrita. Para mim é muito difícil às vezes poder articular porque alguma coisa no texto está certo ou errado. Eu simplesmente sinto isso. Minha imagem mental mais frequente enquanto escrevo é de estar tateando o terreno pela frente para encontrar o caminho certo. Volta e meia eu me perco e preciso botar o texto de volta na rota. Agora que sinto que estou chegando na rota final, fico cada vez mais animada para começar as correções de rota. Vamos nessa.
domingo, 6 de fevereiro de 2011
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