No Rio este ano parecia haver uma certa preocupação temática com os filmes do dia. Um dia pedofilia, no outro sexo, depois a vingança. Hoje eu voltei a uma certa preocupação temática com três filmes soporíferos. Dois deles eram daquela categoria "que porra é essa" (ou como diria Robin Williams, "what the fuck was that?"), sendo que o último, de tão soporífero que era, só tinha 116 legendas. Esse deve ser um recorde. O filme normal de 90 minutos tem por volta de 900 legendas. Os soporíferos tradicionalmente têm 300 legendas. O engraçado é que foi justamente a esse que eu resisti melhor e consegui me manter perfeitamente alerta. Ou talvez tenha sido minha tática de ficar em movimento constantemente até a hora da sessão para promover a adrenalina.
Uma outra tendência curiosa que tenho reparado é que paulistano tem um quê de português, ou pelo menos daquela imagem clássica de português como alguém que entende tudo literalmente. Não é de hoje que vejo mal entendidos surgirem porque eu fiz uma brincadeira e sou entendida literalmente. Hoje aconteceu de novo. Eu falei para um dos coordenadores de sala que precisaria de alguém sentado do meu lado me cutucando durante a última sessão para garantir que eu não dormisse. Pouco depois eles me voltaram dizendo que não tinham pessoal para isso. Tive de explicar que era piada minha. Por que isso acontece, eu não faço ideia. Talvez tenha a ver com uma certa rigidez que detecto nas pessoas aqui. Qualquer coisa que saia um pouco da norma os deixa nervosos, sem saber como reagir. O problema é que eu sou daquelas pessoas que adora ficar brincando. Você nunca deve me levar a sério. Mas desconfio que é melhor eu desistir logo de fazer piadas em São Paulo. Vou ter de voltar ao Rio para poder ser compreendida de novo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário