Fui a um evento esta noite. E saindo do local do evento senti uma espécie de choque. Após duas semanas naquela coisa interminável que é a Paulicéia, o Rio subitamente me pareceu muito pequeno. Em certos sentidos, o Rio é uma província se comparado com São Paulo. Mas em Sampa há uma coisa meio travada, dura, que me incomoda. Exemplo: estava tirando fotos na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. De repente apareceu uma mulher do meu lado, funcionária da loja, que me disse que eu teria de pedir permissão oficialmente para poder tirar fotos dentro da loja. A mesma coisa aconteceu dentro de um dos cinemas, quando tentei tirar fotos do movimento para o meu registro fotográfico da Monstra. Se a gente estivesse numa base militar, eu entenderia perfeitamente, mas qual o problema de tirar fotos do público de um cinema ou do dragão pendurado numa livraria? Eu canso de tirar fotos durante o Festival do Rio e o pessoal aqui não dá a menor pelota. A mesma coisa na Livraria da Travessa. Esse tipo de rigidez me desagrada. Impossível ver na Cultura as brincadeiras que vejo entre os funcionários na Travessa, os gritos de gol no fim de semana quando deixam uma das TVs que mostram DVDs no jogo do dia. Essa descontração faz parte do que torna a Travessa minha livraria preferida. E apesar daquela maravilhosa seleção de livros em inglês, a Cultura nunca vai conseguir igualar o Travessão em termos de conforto, bem-estar, informalidade, o clima gostoso que eles criam lá dentro. Por essas e outras, minha lealdade será eterna.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
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