Outro dia, num evento, fiquei conversando em inglês com um americano. Hoje, num outro blog, achei essa antiga frase, "Minha pátria é minha língua". Não é a primeira vez que penso nisso e com certeza não será a última, mas de certo modo minha única pátria real são as duas línguas que eu falo, o inglês e o português. Passei toda a infância e o início da minha adolescência longe do Brasil ou estudando em escolas americanas ou as duas coisas ao mesmo tempo. O resultado disso é que eu nunca me senti realmente brasileira. Na prática, acho que tenho um pé em cada país, o que significa que eu observo os dois a uma certa distância. Sempre me sinto um pouco estrangeira aqui e lá e é uma posição que eu gosto. Ir a São Paulo foi interessante porque me colocou de novo na posição de viajante, que é algo que eu gosto. Ainda não foi a mesma coisa que ir a um país em que não conheço os costumes e a língua, mas quando você não viaja para o exterior há quase vinte anos, qualquer passeio pela Liberdade já vale como uma visita ao Japão. Durante muito tempo, o inglês foi minha língua secreta, íntima e eu escrevia apenas em inglês. Com o tempo, o português foi entrando de mansinho e passei a escrever em português. Hoje em dia, eu escrevo na língua que me ocorre na hora. É uma coisa que eu não discuto. Claro que tenho de traduzir tudo o que foi escrito em inglês depois, o que é meio chato, mas não deixa de ser uma maneira de trabalhar o texto, pensar na escolha das palavras. E eu sempre acho que meu vocabulário em inglês é melhor, daí sou forçada a achar diferentes soluções quando passo tudo para o português. Não sei direito se o que eu escrevo é a minha pátria, mas é aquilo que mais gosto de fazer. Minha metade Super-Homem é a melhor parte da minha vida. E que venha o próximo sábado.
terça-feira, 24 de novembro de 2009
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