Minha avó tinha um livreto sobre a cidade de Pompéia. Não lembro se ela tinha o livreto porque ela tinha visitado Pompéia ou se tinha apenas porque a cidade a fascinava. De todo modo, o livreto tinha fotos das ruínas e páginas em acetato com pinturas que você podia sobrepor sobre as fotos das ruínas e ver como era a cidade antes da erupção do Vesúvio. Ela também tinha uma coleção de livros da Time-Life sobre astronomia, a Grécia clássica, Roma antiga, o mundo natural. Vi e revi esses livros, suas lindas páginas coloridas, cheias de fotos e ilustrações. Minha eterna fascinação por civilizações antigas, eu sei, vem das tantas horas que passei olhando esses livros. E a arqueologia é, dessas ciências todas, a que mais me interessa porque com os menores indícios é possível reconstruir a história de toda uma civilização. Essa ideia de conseguir contar toda a história de um povo a partir de cacos de cerâmica, ruínas de templos, ossos, o que foi deixado para trás é uma que sempre me interessa, ainda mais porque, de certo modo, é isso o que faço toda vez que escrevo. Eu começo com pequenas coisas, gestos, rituais, rotinas, e aos poucos vou construindo personagens, uma pessoa que, com sorte, respira e vive. Dos cacos, um romance inteiro.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
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