We Need to Talk About Kevin é um livro que é uma cacetada na cabeça. E a forma como isso é conseguido é a estrutura. Em resumo, o livro é um romance epistolar. A personagem central do livro, Eva escreve cartas para o marido e nessas cartas ela repassa a história do casal e do filho que eles tiveram, Kevin. Um dos segredos da estrutura é que ela logo de cara nos revela que Kevin foi responsável pela morte de sete pessoas no colégio dele poucos dias antes de completar 16 anos. Ou seja, ela diz ao leitor que este não é um livro que vai esconder o massacre escolar até a última hora. Pelo contrário, ela vai examinar a vida dessa família nos mínimos detalhes para revelar por que essas coisas aconteceram, tentando diagnosticar o que levou o filho a cometer um crime tão horrível. O pulo do gato é que ao levar o leitor a pensar que o romance é sobre os motivos do crime, ela pode esconder outras surpresas e só revelá-las na hora certa. Lionel Shriver consegue fazer em forma de livro o que The Sixth Sense faz no cinema, ou seja, se aproveitar das convenções do gênero para nos levar a certas conclusões e então, lá no final, arrancar o tapete sob nossos pés. O problema é que, se eu falar mais, vou entregar o livro. Mas para quem já leu, recomendo um podcast com a Lionel Shriver discutindo o Kevin no Guardian Book Club. Será um aperitivo antes da FLIP.
quarta-feira, 9 de junho de 2010
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