Talvez possa parecer ridículo me definir como escritora quando eu nunca publiquei um livro (embora não seja por falta de tentar). Pode parecer arrogante ou um tipo de loucura. A coisa é que desde o momento em que escrevi o primeiro conto aos 15 anos, eu sabia que não queria fazer outra coisa da vida. Posso não ganhar meu sustento dessa maneira, posso ter de suportar a constante frustração de ter um trabalho que não me dá prazer por 90% do tempo. Não importa. Já faz mais de 30 anos que comecei a escrever e essa continua sendo a única coisa que, para mim, vale a pena fazer, que é necessária para minha felicidade, que me ancora não importa o que aconteça. Não vou parar agora. Não vou mentir. Uma das coisas que eu mais quero ver é o meu nome na capa de um livro quando eu entro na Travessa no sábado. Mas, em última instância, não é a publicação que realmente me interessa. Venho escrevendo esses anos todos e só publiquei um conto na minha vida. Eu escrevo não pela recompensa da publicação, pela possibilidade de um dia ver meu nome no jornal ou o sonho de ganhar um prêmio literário que me dê milhares de reais, mas pelo enorme prazer que isso me dá. É isso o que me faz sentar a bunda na cadeira todo santo sábado. Sou escritora simplesmente por insistir nessa loucura, por ter projetos e mais projetos de romances que só Deus sabe se vão chegar a uma prateleira de livraria. Então vou continuar tomando minha mesa preferida na livraria todo sábado até não poder mais. É só isso que me interessa.
sexta-feira, 27 de maio de 2011
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