Os primeiros passos são sempre hesitantes em um novo romance em progresso. A primeira versão é sempre a versão das descobertas, das surpresas. Eu me descubro impaciente, ansiosa para correr a frente e ver o que me aguarda, como quem olha na última página de um romance para ver como vai terminar. Saio da livraria relutante. Eu queria que ela funcionasse 24 horas por dia para não ter de ir embora, para poder continuar escrevendo por mais uma hora ou duas. Estou doida para botar esses personagens de pé, construir a base do romance. Mas dá para entender a pressa quando se pensa que o último romance em progresso consumiu (até o momento) dois anos inteiros e leva jeito de precisar de mais um para ser fechado. Só ter um dia para escrever para semana dá nisso. Em julho pretendo me dar uma semana de férias na época do meu aniversário o que significa uma semana na livraria para escrever. Queria poder me dar um mês inteiro, mas isso é mais complicado. Já foi mais fácil fazer isso quando todo o meu trabalho sumia na virada do ano, mas agora a coisa está pegando fogo o ano inteiro. Ainda bem (bate na madeira). De todo modo, essa vida de escritora de fim de semana sempre impõe essa limitação de tempo e eu tento trabalhar com ela da melhor maneira possível. O que anda acontecendo nos últimos anos é que venho estendendo o horário da escrita ao máximo possível. Eu antes encerrava por volta das oito, nove para ir jantar e voltar para casa. Depois passei a retomar a escrita na Argumento do Leblon depois do jantar e ficava lá quase até fechar. Agora estou tentando chegar mais cedo na Travessa (meu horário habitual é três da tarde porque eu sempre durmo até mais tarde) e sigo direto lá até umas onze e pouco, jantando lá mesmo agora que eles permitem que se sirvam sanduíches na parte do café onde fico. Minha meta para o domingo é chegar por volta da uma da tarde e seguir até a livraria fechar ou o sono me derrubar. O único problema com isso é que quanto mais eu escrevo, mais elétrica fico e é fogo dormir cedo. É muito frequente me ver virando a noite sem o menor esforço. Quando vejo, são cinco da manhã do dia seguinte. Só acho que isso não vai acontecer hoje. Já estou bocejando enquanto escrevo isto. Rápido, para a cama.
domingo, 29 de maio de 2011
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