O Guardian esta semana publicou fotos de vários escritores com suas máquinas de escrever e eu inevitavelmente me lembrei das duas máquinas que eu tive na minha vida. Quando fui comprar minha pequena Hermes Baby numa loja no Centro, eu fiquei toda feliz, acreditando que, como todo escritor, eu começaria a produzir texto diretamente na máquina. Só que isso nunca aconteceu. Desconfio que o ritmo de escrever com papel e caneta é o que sempre encaixou melhor no ritmo do meu pensamento, na velocidade em que as coisas me vêm. Por que quando chegou no momento do ora veja, eu achei escrever direto na máquina mecânico demais, impessoal demais. Eu podia escrever meus trabalhos da faculdade direto na máquina, mas nunca o que era ficção. Mas ter um carderno com a minha letra era outra coisa. Eu podia ler textos que fiz pra faculdade (todos batidos a máquina) tempos depois e não reconhecer a autoria, mas o que eu tinha escrito nos meus cadernos eram sempre meus, claramente meus. Também vou confessar que, mesmo gostando de viver no futuro e todas as suas vantagens tecnológicas, como a de poder ligar para uma amiga por impulso do meio de uma livraria ou no meio da rua, sempre achei meio etéreo demais, meio precário demais ter tudo guardado num HD ou num pen drive. Essa é uma coisa que pode se perder tão facilmente. Bastar dar pau e puf, some tudo. Eu tenho tudo no laptop, mas também tenho tudo em papel, em cadernos guardados em caixas. Me agrada ter esse arquivo ao alcance da mão, tátil, que pode ser lido na cama sem precisar de uma máquina. Aliás, já está na hora de comprar mais uma caixa. As que eu tenho já estão cheias. Em tempo, o ensaio fotográfico do The Guardian você encontra aqui.
sexta-feira, 13 de maio de 2011
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