Segundo dia em Paraty. Parece que estou aqui há séculos. Descubro que há coisas que não mudam, com ou sem FLIP. A mulher do tarot continua montando sua mesinha aqui toda noite no mesmo ponto da Rua do Comércio junto com o desenhista. Os índios ainda colocam suas peças à venda na rua e olham os passantes com um ar triste. E as malditas pedras da rua ainda acabam com minhas pernas se eu ando por muito tempo. Só não estou com as pernas doloridas porque, ao contrário da época da FLIP, não fico andando pra lá e pra cá, entre mesas e tendas e restaurantes. Até certo ponto, me sinto um pouco como uma refugiada da FLIP. Sou a escritora que chegou tarde demais pra festa. E minha tarefa para esta semana é apenas ler e escrever. O curioso é que escrever num caderno provoca muita curiosidade. Uma pessoa com um laptop é absolutamente banal. Eu e meu caderno, não. Não tem problema. Já me acostumei com isso depois de anos escrevendo na Travessa. Deixa pra lá. Tudo o que quero fazer é aproveitar o resto dessa semana.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
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