terça-feira, 26 de julho de 2011

O exercício da paciência

Uma coisa que nunca aparece nos filmes com escritores é o tempo que você precisa esperar para ter uma resposta sobre seu romance. Você dedica anos e anos à produção de algo que, para você pelo menos, é uma obra-prima, seu melhor texto até agora, e quando ele bate na editora, ele perde todo o contexto. O editor não sabe que você dedicou seu sangue a ele, o parecerista não faz ideia de quem você é e do quanto você se dedica ao que escreve. Dava vontade de contar tudo isso às pessoas que vão avaliar seu livro, seu romance, sua obra-prima. Dava vontade de ter algum mecanismo que pudesse transmitir toda a emoção que você injetou nesse trabalho para que essas pessoas também soubessem o que você passou. O que não te explicam é que você precisa exercer toda a paciência que você tem esperando por até um ano até que digam alguma coisa. Talvez até mais. Faz parte. E é isso que não te explicam, que a espera é necessária, que é inevitável e que não é de propósito. Afinal de contas, as editoras recebem pilhas e pilhas de originais. O que é legal é quando você consegue atingir essa calma quase sobrenatural quando lhe dizem que qualquer resposta vai levar seis meses a um ano. Você não surta, não grita ao telefone. Apenas aceita calmamente a informação e vai se ocupar com outra coisa enquanto espera. Ser escritor iniciante é um aprendizado, vai por mim.

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