Fiz uma coisa um pouco diferente este fim de semana. Eu tinha muita coisa a fazer em muito pouco tempo e achei que se eu saísse de casa para trabalhar, isso me daria um maior foco. Os imprevistos da semana que passou bagunçaram meus prazos e eu precisei recuperar o tempo perdido. E sair de casa, mesmo que para trabalhar, me daria algum alívio depois de passar a semana olhando para essas mesmas paredes. Então lá fui eu para a Travessa, me apossei da mesa mais próxima da única tomada no café e mandei ver. E tudo correu tão bem que nos dois dias eu tive um tempinho para revisar o romance em progresso. E aí conversei um pouquinho com um dos vendedores depois de jantar hoje sobre um filme que admiro muito por sua estrutura incomum, O Violino Vermelho. E comecei a pensar sobre uma dúvida que tenho sobre a estrutura do romance. Eu alternei as cenas de cada um dos personagens, então você lê todas as histórias juntas ao mesmo tempo. Não foi assim que eu escrevi o romance, claro. Eu escrevi cada história de uma vez e depois montei a estrutura alternante. Uma cena do Bernardo, uma da Betina, uma da Marisa, uma do Adriano e voltamos ao Bernardo e assim por diante, meio como aquela música Dó, Ré, Mi, de A Noviça Rebelde. O que me preocupa é se essa alternância não torna a coisa um pouco confusa para quem está lendo. Eu sou a pior pessoa para avaliar isso, conheço todas as variações da história. O que me ocorreu hoje ao pensar no Violino Vermelho foi voltar à narrativa em blocos inteiriços, do jeito que eu escrevi, e na passagem entre um bloco e outro, as cenas das mães, formando uma espécie de espinha dorsal do romance como ocorre no filme, em que a leitura do tarô e o leilão do violino formam essa espinha dorsal. Assim eu teria garantido que o leitor entenderia minha intenção. Só vou ter uma resposta para essa dúvida quando botar o romance na mão de alguém que não conhece a história. Pelo menos é bom saber que tenho uma alternativa se a dança dos personagens não der certo. Vou desencavar meu vídeo do filme para estudá-lo.
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
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