Já começaram os especiais sobre 11 de setembro. Não é para menos. Faz dez anos da data mais absoluta da vida de todos nós. Nada se compara com aquilo que aconteceu naquele dia. Nem outros atentados, nem guerras, nem revoltas que acontecem diante de nossos olhos nos noticiários da TV. Aquele foi um dia de uma violência tal que até hoje estamos tentando entender o que houve. Multiplicam-se as narrativas sobre aquele dia. Mesmo que sejam só as das pessoas que estavam na frente da TV, vendo tudo acontecer sem entender nada. A narrativa é nosso meio de tentar entender as coisas. Lembro de um documentário fascinante que assisti sobre a famosa foto do homem que caía do WTC e das pessoas que tentaram descobrir a identidade desse homem. Por extensão, o documentário também entrevistou os parentes de pessoas que se jogaram das torres. E cada uma dessas pessoas tentava entender o que foram os últimos momentos de seus entes queridos simplesmente porque eles não tinham como contar essa história até o fim. E a fascinação com o voo 93 que caiu na Pensilvânia deriva da mesma coisa, de não podermos contar até o fim o que houve nesse avião. As lacunas, os espaços em branco são sempre irresistíveis. Eu, que morei em Nova York quando o WTC ainda era muito novo, estive lá em cima, toda vez que vejo a silhueta de Manhattan, ainda sinto falta daquelas torres, sinto aquele vazio no ar. Faz dez anos, mas ainda vamos sentir essa ausência por muito tempo.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
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