sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Not even the rain has such small hands

Hannah e Suas Irmãs é um filme que eu amo. Quando passou nos cinemas nos anos 80, eu vi o filme umas 13, 14 vezes. Sem exagero. Ele passou um ano em cartaz no falecido Cinema Lido no Flamengo e, de tempos em tempos, eu ia lá passar uma tarde na companhia de Woody Allen. Ainda vi o filme mais não sei quantas vezes em vídeo e na TV a cabo. Gostava tanto do filme que roubei a ideia daqueles títulos entre as cenas para uma novela minha que escrevi nessa mesma época.
Ontem, olhando o blog da Patrícia Reis, dei de cara com um post de uma cena do Hannah que eu sempre gostei muito. É a cena em que leem um poema do e.e. cummings. Não sou nem nunca fui muito afeita a poesia, mas este poema é de uma beleza que consegue furar até o meu forte bloqueio contra poesia. Portanto, este é um roubo explícito. Obrigada, Patrícia. Com vocês, Hannah e Suas Irmãs e e.e. cummings.

somewhere i have never travelled, gladly beyond
any experience,your eyes have their silence:
in your most frail gesture are things which enclose me,
or which i cannot touch because they are too near

your slightest look easily will unclose me
though i have closed myself as fingers,
you open always petal by petal myself as Spring opens
(touching skilfully, mysteriously) her first rose

or if your wish be to close me, i and
my life will shut very beautifully, suddenly,
as when the heart of this flower imagines
the snow carefully everywhere descending;

nothing which we are to perceive in this world equals
the power of your intense fragility: whose texture
compels me with the color of its countries,
rendering death and forever with each breathing

(i do not know what it is about you that closes
and opens; only something in me understands
the voice of your eyes is deeper than all roses)
nobody, not even the rain, has such small hands



Nenhum comentário: