sábado, 6 de fevereiro de 2010

Persistência

Escritor tem de ser meio cabeça dura. Você escreve sem ter certeza que o que está escrevendo é bom, sem saber se vai ser publicado e, se for publicado, se seu livro vai vender bem. Você também não sabe se algum dia vai poder viver de escrever. Ou seja, na maioria dos casos, escrever será aquilo que você faz nas horas vagas e o seu sustento terá de ser tirado de outra atividade qualquer.
Há vezes em que você recebe críticas duríssimas ao seu texto e, tempos depois, o mesmo texto é super bem recebido por outras pessoas. Nisso, você fica oscilando entre pensar que seu texto é uma merda ou é uma maravilha. Às vezes, o texto leva anos para ficar pronto. Meu primeiro romance exigiu 6 anos de trabalho e joguei fora dois terços do texto duas vezes. Houve um momento em que tive uma grande crise e me perguntei se valia a pena continuar escrevendo. Mas pouco depois eu percebi que nunca conseguiria deixar de lado o romance até botar o ponto final nele. Dito e feito, assim que eu dei o romance por terminado, comecei a ter uma avalanche de novas ideias, um novo romance começou a surgir na minha cabeça e, pouco depois, ideias para outros romances.
Hoje foi um daqueles dias em que precisei ser insistente. O texto não estava ficando com a cara que eu queria, mas continuei seguindo em frente. Talvez amanhã, quando eu retomar a cena, ela fique com uma cara melhor. E mesmo que não ficar, tem sempre a segunda repassada do texto para acertar tudo. Para o alto e avante.

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