quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Tradição

Há algumas coisas que são tradicionais no Festival do Rio. Sempre sofro um problema técnico qualquer, sempre tem um dia em que chego atrasada no cinema (mas a sessão não atrasa), um filme que faço da noite para o dia e sempre tem uma hora em que vou parar no cinema errado por cansaço e distração. Outra coisa já tradicional é poder zoar dos novatos e chamá-los de carne fresca, tentar meter um pouco de medo. Se bem que, sem novatos, para quem vou contar minhas histórias de guerra de festival? Todo o resto do pessoal já ouviu minhas histórias vinte vezes. Ser veterana de festival tem suas desavantagens.
Vejamos, agora que o festival terminou, façamos uma avaliação. Tive vários problemas técnicos, não apenas um só como é de praxe. No Estação Gávea, distraída, fui entrando na Sala 1 em vez da Sala 2, que era a minha. No último dia do festival a cidade ficou super engarrafada e cheguei 20 minutos antes da sessão em vez dos 30 minutos obrigatórios. Meter medo nos novatos? Não, até que nem tanto. Parte do que protege os novatos é que eu não lembro da cara deles até deixarem de ser novatos. Mas consegui participar do tradicional último chope que promovemos para fechar a maratona. Voltei para casa às três da manhã apesar de só ter dormido quatro horas na noite anterior. E ainda consegui contar uma das minhas histórias mais velhas. Também fechei o festival no lucro já que, mais uma vez, quebrei o meu recorde de lançamentos. Todo ano tento lançar mais filmes do que no ano anterior. Isso significa mais dinheiro naturalmente, mas também uma certa satisfação boba que eu tenho. Há alguns anos, eu lançava 40 sessões, agora lanço 66. Ficou uma média de quatro, cinco sessões por dia, doze horas no cinema. Enquanto eu conseguir aguentar o ritmo, seguirei firme e forte tentando quebrar meu recorde com a ajuda do Deus Branco e muito Hunter.

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